I Co 14:12 “Assim, também vós, como desejais dons
espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da
Igreja (Kehilah)”.
I Co 14:27, 40 - Se alguém
falar em língua, que não seja mais que dois, ou quando muito
três, e cada um por sua vez... Mas faça-se tudo decentemente
e com ordem.
VERDADE
PRÁTICA
Os dons
são recursos concedidos pelo Criador para fortalecer e
edificar a Igreja (Kehilah), espiritualmente.
INTRODUÇÃO
Vamos
conhecer o verdadeiro propósito dos dons espirituais
concedidos pelo Criador à sua Igreja (Kehilah). Os dons
espirituais são recursos imprescindíveis do ETERNO para os
seus filhos. O seu propósito é edificar-nos e unir-nos,
fortalecendo assim a Igreja (Kehilah) de Cristo (I Tm 3:15).
I. OS DONS
NÃO SÃO PARA ELITIZAR O CRENTE
-
A Oholyao coríntia: A
oholyao em Corinto localizava-se numa cidade comercial e
próxima do mar, sendo uma das mais importantes do
Império Romano. Corinto era uma cidade economicamente
rica, porém marcada pelo culto idolátrico, como todas as
cidades gregas. Durante a segunda viagem missionária de
Sha’ul, a Oholyao (congregação) recebeu a visita do
apóstolo (At 18:1-18). Por conhecer muito bem a
comunidade cristã em Corinto foi que o apóstolo dos
gentios tratou, em sua Primeira Epístola dirigida àquela
Oholyao (congregação), sobre a abundância da
manifestação dos dons do Espírito, chegando a afirmar
daquela Oholyao (congregação) que “nenhum dom” lhe
faltava (I Co 1:7).
-
Uma Oholyao
(congregação) de muitos dons, mas carnal: Os dons
espirituais concedidos pelo Criador à Oholyao
(congregação) de Corinto tinham por finalidade
prepará-la e santificá-la para o serviço do evangelho -
a proclamação da Palavra do ETERNO naquela cidade.
Todavia, além daquela Oholyao (congregação) não usar
corretamente os dons que recebera do ETERNO, tinha em
seu meio, divisões, inveja, imoralidade sexual, etc.
Como pode uma Oholyao (congregação) evidentemente cristã
ser ao mesmo tempo carnal e imoral? Por isso Sha’ul a
chama de carnal e imatura (I Co 3:1,3). Com este relato,
aprendemos que as manifestações espirituais na Oholyao
(congregação) local não são propriamente indicadoras de
seriedade, espiritualidade e santidade. Antes, porém,
pode estar sendo usada pelo inimigo, fraudando tais dons
(Mt 7:21-23). Uma Oholyao (congregação) onde predominam
a inveja, contenda e dissensões, nem de longe pode ser
chamada de espiritual, e sim de carnal!
-
Dom não é sinal de
superioridade espiritual: Muitos crêem erroneamente que
os irmãos agraciados com dons da parte do ETERNO são,
por isso, mais espirituais que os outros. Todavia, os
dons do Espírito são concedidos pela graça do ETERNO.
Por ser resultado da graça divina, não recebemos tais
dons por méritos próprios, mas pela bondade e
misericórdia do ETERNO. Que a mensagem de Yaohu’shua
possa ressoar em nossa consciência e convencer-nos de
uma vez por todas de que os dons não são garantia de
espiritualidade genuína: “Muitos me dirão naquele
Dia: Mestre, Mestre, não profetizamos nós em teu nome?
E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome,
não fizemos muitas maravilhas? E, então, lhes direi
abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós
que praticais a iniquidade” (Mt 7:22,23).
II.
EDIFICANDO A SI MESMO E AOS OUTROS
-
Edificando a si
mesmo: Sha’ul diz que quem “fala língua estranha
edifica-se a si mesmo” (I Co 14:4); e HOJE, muitos que
falam em “línguas” erroneamente diz que Sha’ul incentiva
o “falar em línguas”, usando esta passagem; porem isto é
agir EGOÍSTICAMENTE, ato veementemente combatido pelo
próprio Criador (Mc 8:34; Rm 2:8; I Co 13:4-6; 10:24; Rm
15:2 e Gl 2:20)! Isto não significa que o apóstolo
proibia o falar em idiomas dvs, publicamente, mas ao
fazê-lo de maneira racional, estaremos sendo usado para
a edificação da oholyao, e consequentemente isto nos
dará um prazer saudável...
-
Edificando os outros:
Os crentes de Corinto estavam falando línguas
incompreensíveis [daí ele exortar sobre o verdadeiro dom
- Há, por exemplo, tantas espécies de vozes no mundo, e
nenhuma delas sem sentido; I Co 12:10]; e exerciam
vários dons espirituais, mas não se preocupavam muito em
ajudar as pessoas. Por isso, o apóstolo lembra que os
dons só têm razão de existir quando o portador
preocupa-se com a edificação da vida do outro irmão em
Cristo (I Co 14:12). Em lugar de buscarmos prosperidade
material, como se pudéssemos barganhar com o Criador
visando “aumentar os membros dizimistas” da oholyaos,
busquemos os dons espirituais. Agindo assim edificaremos
a nós mesmos e também aos outros.
-
Edificando até o não
crente. Embora o apóstolo mostrasse que se alguém
tivesse o verdadeiro dom de falar uma determinada língua
estrangeira, seu desejo era que também esses mesmos
crentes “profetizassem” [desse a Palavra] a fim de que a
Oholyao (congregação) toda fosse edificada. Embora o
próprio Sha’ul falasse diversas línguas, enfatizava a
profecia, porque esta edificava a Oholyao (congregação)
inteira, enquanto que o falar em uma determinada língua
beneficiaria esporadicamente a oholyao, quando um
estrangeiro estivesse presente – I Co 14:16-18, 27.
Todos quantos vierem a frequentar nossas reuniões devem
ser edificados, sejam crentes ou não. Por isso, não
podemos escandalizar aqueles que não comungam a mesma fé
que nós (I Co 14:23). Como eles compreenderão a mensagem
do evangelho se em uma reunião não entenderem o que está
sendo falado? (I Co 14:9). Se ele, o visitante, for
estrangeiro e não estiver compreendendo a nossa língua,
providencie-lhe um interprete! I Co 14:26-27.
III.
EDIFICAR TODO O CORPO DE CRISTO
-
Os dons na Oholyao
(congregação): Na Primeira Carta aos Coríntios, Sha’ul
dedica dois capítulos (12 e 14 – o cap 13 junta estes
dois contextos) para falar a respeito do uso dos dons na
Oholyao (congregação). O apóstolo mostra que quando os
dons são utilizados com amor, todo o Corpo de Cristo é
edificado. conforme lemos em Efésios 4:16, “os membros
do corpo, cada qual com sua própria função concedida
pelo Espírito, cooperam para o bem de todas. O amor é
essencial para os dons espirituais alcançarem seu
propósito”. Se não houver amor, certamente não haverá
edificação (I Co 13). Sem o amor do ETERNO nos tornamos
egoístas e acabamos por colocar nossos interesses em
primeiro lugar. O propósito dos dons, que é edificar o
Corpo de Cristo, só pode ser cumprido se tivermos o amor
do ETERNO em nossa vida, cf. o cap 13 de I Coríntios.
-
Os arquitetos do
Corpo de Cristo: O Criador levanta homens para
edificarem espiritual, moral e doutrinariamente a
Oholyao (congregação) local. A Oholyao (congregação) é o
“edifício do ETERNO” (I Co 3:9). Os ministros são os
arquitetos (I Co 3:10). O fundamento já está posto:
Yaohu’shua hol’Mehuskyah (I Co 3:11). Mas os ministros
têm de tomar o cuidado com as pedras assentadas sobre
este alicerce, pois eles também são partes na edificação
espiritual da Igreja (Kehilah) de Cristo segundo a mesma
graça concedida aos apóstolos. Por isso, Sha’ul faz uma
solene advertência para a liderança hoje: “mas veja cada
um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro
fundamento, além do que já está posto, o qual é
Yaohu’shua hol’Mehuskyah” (I Co 3:10,11). Gl 1:8-9.
-
Despenseiros dos
dons: O apóstolo Kafos exortou a Oholyao (congregação)
acerca da administração dos dons do Criador (I Pe
4:10,11). Ele usou a figura do despenseiro que,
antigamente, era o homem que administrava a despensa e
tinha total confiança do patrão. O despenseiro adquiria
os mantimentos, zelava para que não estragassem e os
distribuíam para a alimentação da família. Desta forma,
os despenseiros da obra do Criador devem alimentar a
“família do ETERNO” (I Co 4:1; Ef 2:19). Eles precisam
ter o cuidado no uso dos dons concedidos pelo Criador
para prover a alimentação espiritual, objetivando a
edificação do Corpo de Cristo: “Cada um administre aos
outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da
multiforme graça do ETERNO. Se alguém falar, fale
segundo as palavras do ETERNO; se alguém administrar,
administre segundo o poder que o Criador dá, para que em
tudo o ETERNO seja glorificado por Yaohu’shua
hol’Mehuskyah, a quem pertence a glória e o poder para
todo o sempre” (I Pe 4:10,11). Amnao!
PORTANTO
A Oholyao
(congregação) de Yaohu’shua hol’Mehuskyah tem uma missão a
cumprir: proclamar o evangelho em um mundo hostil às
verdades de Cristo e descrente do ETERNO. Diante desta tão
sublime tarefa, a Oholyao (congregação) necessita do poder
divino. Os dons espirituais são um “arsenal” à disposição do
corpo de Cristo para o cumprimento eficaz de sua missão na
terra. Como já foi dito, o propósito dos dons é edificar
toda a Igreja (Kehilah), todo Corpo de Cristo para ser
abençoado, exortado e consolado. Por isso, nunca devemos
usar os santos dons do Criador em benefício particular, como
se fosse algo exclusivo de certas pessoas. Somos chamados a
servir a Igreja (Kehilah) do Criador, e não a utilizar os
dons do ETERNO para nós mesmos.
O DOM
DE LÍNGUA
específicamente
A palavra
grega traduzida “línguas” significa literalmente “idiomas”.
Por esta razão, o dom de falar em línguas é falar em uma
língua que não se sabe falar...
O grande
número de “igrejas” (denominações) e doutrinas diferentes
que caracterizam nosso tempo tem trazido as mais diversas
dúvidas aos membros das Oholyaos (congregações) históricas
(tradicionais). Um desses dilemas é o “dom de línguas”... É
muito divulgada, no meio evangélico, a idéia de que o crente
espiritual deve falar em “línguas” (estranhas ou dos anjos)
para que cresça em comunhão com “deus”, ou como resultado
natural de um profundo conhecimento e experiência com “ele”.
O
resultado é que crentes sinceros passam a se preocupar com
sua saúde espiritual e com a comunhão da sua denominação com
“deus” ao verem outras denominações repletas de
prodígios, revelações e línguas. As próprias
denominações históricas ficam, na mente de muitos, relegadas
a um plano de superficialidade espiritual, rotuladas de
“igrejas frias”; sem o “fogo do espírito santo”, o seu “3º
deus”...
Vamos
averiguar o que e Bíblia realmente ensina sobre o
“dom de línguas” e comparar com as práticas e ensinos
modernos a fim de nos posicionarmos diante desse dilema e
seguirmos o ensino do Criador por intermédio dos apóstolos e
profetas.
O
que é o dom de línguas?
A Bíblia expõe
o dom de línguas como uma capacitação sobrenatural que
permitia que algumas pessoas falassem das grandezas do
Criador em outro idioma sem que nunca o tivessem aprendido.
O dom de línguas descrito na Bíblia não era fruto
de exercícios ou de aprendizado, mas um “dom”, algo dado
pelo Criador. Outra característica marcante desse dom é que
ele não estava ao alcance de todos. Todo cristão recebia, e
ainda recebe, algum dom do Santo Espírito, Yaohu’shua...
Porém, o dom não era ou é escolhido pelas pessoas, mas dado
pela onisciência do Criador para a edificação do corpo de
Cristo (I
Co 12:28-30; I
Pe 4:10,11).
Além de
cada crente possuir um dom distinto, em todas as listas de
dons espirituais da Bíblia, o dom de línguas sempre
aparece nos últimos lugares, a não ser em I
Coríntios 13, onde Sha’ul discorre sobre a
inutilidade dos dons sem a presença do amor. O fato é
que o dom de língua ocupava uma posição secundária no plano
de edificar a Oholyao (congregação). Tinha como principal
objetivo - além de ser um sinal aos incrédulos e não aos
crentes, cf. I Co 14:12-16 – o de permitir que a Palavra
alcançasse outros povos (At 2:5-11).
As línguas
pronunciadas por aqueles que possuíam o referido dom eram de
natureza terrena (I Co 14:10). No Novo Testamento,
duas palavras são usadas para se referir a línguas:
Glossa e Dialéktos. A primeira significa “palavras”,
ou língua (órgão anatômico). A segunda significa “idioma” ou
“dialeto”. Esses sentidos apontam para línguas
terrenas, idiomas utilizados ao redor do mundo.
Apesar da
clareza dos termos, parte da confusão sobre o dom de línguas
no Brasil se deve à tradução da versão “Almeida Revista e
Corrigida”. Ela traduz a palavra glóssais (línguas)
em I
Co 14:5,6,23, com a expressão “línguas
estranhas”. Isso deu margem ao entendimento equivocado de
que as línguas fossem estranhas à raça humana, justificando
a produção de sons e sílabas sem qualquer sentido ou a
crença de se tratar de um idioma exclusivo dos anjos. Essa
certamente não era a intenção dos tradutores da versão
Almeida, pois resolveram este mal-entendido na versão
“Almeida Revista e Atualizada”, com a expressão “outras
línguas”...
A
afirmação de que as línguas faladas pelos discípulos eram
“línguas de anjos” não é verdadeira. Sha’ul combate os
desvios e maus usos do dom de línguas em I
Coríntios 14 normatizando sua utilização
(colocando ‘ordem na casa’, educadamente), cortando os
excessos cometidos na Oholyao (congregação) e proibindo
algumas pessoas de exercê-lo no culto público. A preparação
para esse tratamento começa no capítulo anterior: “Ainda que
eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver
amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que
retine” (I
Co 13:1). Sha’ul comparou as pessoas que falavam
em outras línguas, mas que não amavam seus irmãos, a sinos
ou gongos metálicos cuja única função era fazer barulho
quando golpeados. Eram homens e mulheres que não
desenvolviam “sua habilidade sobrenatural” para o bem dos
outros, nem para o crescimento do Corpo de Cristo [Kehilah],
mas para exibição pessoal e para serem admirados e
invejados.
O apóstolo
estava tão preocupado com a situação que, ao mostrar a
necessidade do amor, utilizou uma figura de linguagem
chamada hipérbole. A hipérbole consiste no exagero de uma
expressão a fim de realçar uma idéia ou demonstrar a forte
intensidade de um sentimento. Os três primeiros versículos
do capítulo 13
são expostos sob esse prisma. No vs. 1 Sha’ul
diz que falar “muitas” línguas sem amor é algo inútil e sem
propósito. Ele estende o raciocínio e afirma que o mesmo se
daria se alguém falasse até mesmo a “linguagem dos anjos”.
Devemos notar que não há relatos na Bíblia de uma
língua específica de anjos, pois em todas as vezes que os
anjos falaram com os homens, o fizeram em idiomas humanos.
Sha’ul
falou sobre “língua dos anjos” em I
Co 13:1 para ressaltar, por meio de uma
hipérbole, que não importava o quanto os irmãos de Corinto
se impressionavam com esse dom – o amor era maior e
necessário. Repito, ao falar em “línguas de anjos” não
estava dizendo que os anjos tem uma língua própria e que
quando estes se comunicam como seres humanos, falariam em
suas próprias línguas... As Escrituras é farta em passagens
onde ANJOS falaram com os seres humanos – a exemplo de Dn 10
– em nossas próprias línguas... Porém, HOJE – estes ”anjos“
aparentemente perderam o seu poder de nos falar em nossas
próprias línguas, não é? A ponto de precisarem de
interpretes; coisa rara nos cultos pentecostais onde a
imensa maioria fala – grita – “línguas estanhas” e ninguém
as interpretam!
Portanto,
quando a Bíblia fala sobre o dom de línguas ela se
refere a uma “capacitação exterior ao homem que o habilita a
falar da glória do Criador em outro idioma humano (outras
nacionalidades) não conhecido para aquele que fala.”
O
dom de línguas é sinal de espiritualidade?
Dois
livros bíblicos que tratam sobre o dom de línguas são Atos e I
Coríntios. Atos não é um livro
fundamentalmente normativo ou doutrinário. É uma obra
histórica que narra corretamente os primeiros anos da
Igreja (Kehilah) cristã. Por sua vez, I
Coríntios é um livro doutrinário que traça normas
claras de conduta visando o desenvolvimento da
Igreja (Kehilah) através das Oholyaos
(congregações). Apesar da diferença de enfoque, ambos os
livros apontam para a mesma realidade a respeito das
línguas.
É possível
notar no livro de Atos que o dom de línguas não era sinal de
maturidade espiritual. Apesar de sua primeira aparição
ter-se dado em 120 “discípulos de Cristo” (At
2), em outras ocasiões se deu em
recém-convertidos (At
10:44-46; 19:6,7). Em resumo, o livro de Atos olha
para o dom de línguas de uma maneira positiva. Ele é a
demonstração da volta de Yaohu’shua, em Espírito, sobre a
Oholyao (congregação) como Ele prometera (Jo
14:18 cf Mt 16:18; 28:20) selando-nos a
partir da nossa conversão (At
2:38 cf. Ef
1:13,14).
Em I
Coríntios, o apóstolo Sha’ul trata do dom
utilizado por crentes que, tendo condições de serem
espirituais, comportavam-se ainda como carnais e mundanos (I
Co 3:1,2). A Oholyao (congregação) de Corinto,
apesar de ser rica em dons, não era uma congregação
espiritual.
Mais uma
característica do ensino de I
Coríntios é que em parte alguma Sha’ul ensina
que “todos” os crentes deviam falar em línguas. Em lugar
disso ele afirma que cada crente recebe um dom dado segundo
a vontade do Criador (I
Co 12:11) para a edificação da
Igreja (Kehilah). O fato de Sha’ul associar a
falta de amor ao dom de línguas dentro da Oholyao
(congregação) de Corinto (I
Co 13:1; 14:1)
demonstra que alguns não espirituais, estavam agindo como se
fossem; SIMULANDO e ou desejando tais dons, E vai além,
Sha’ul afirma expressamente que nem todos possuiriam o dom
de línguas (I
Co 12:28-30), como HOJE, exige-se do crente
pentecostal.
Devido à
inutilidade do dom de línguas sem que houvesse interpretação
(I
Co 14:9,16-19) e dos danos que podia causar ao
Evangelho entre os visitantes (I
Co 14.23-25), Sha’ul mostrava que o dom só se
daria quando necessário – I Co 14:4. Assim, deu normas e
proibições para o uso do dom de línguas no culto público:
Não poderiam falar no culto todas as pessoas que tinham o
“dom de línguas”, mas “apenas duas ou, no máximo, três”, no
momento adequado e não ao mesmo tempo. Se ao falar não
houvesse ninguém na Oholyao (congregação) que pudesse
entender o idioma e traduzir para o restante da Oholyao
(congregação), quem estava falando deveria se calar. Sha’ul
diz que se não houvesse interpretação ninguém seria
edificado (I
Co 14:27,28). Seria o mesmo que hoje, entre nós,
fosse convidado para nos exortar, um americano que não
soubesse falar a nossa língua. Quem o entenderia? Seria
necessário um interprete!
Quando o
dom de línguas era exercido segundo essas regras, ele não
podia ser proibido (I
Co 14.39,40). Sha’ul também afirma que a
espiritualidade dos crentes que falavam em outras línguas
poderia ser avaliada não pelo fato de falarem, mas pelo fato
de se submeterem a tais orientações (I
Co 14:37,38).
Há
diferenças entre as línguas de hoje em relação às dos do
‘Novo Testamento’?
Atualmente, o que se conhece por dom de línguas guarda
diferenças marcantes entre o dom descrito e normatizado nas
páginas no Novo Testamento. Quando olhamos para o
fenômeno das línguas na ‘igreja moderna’, percebemos que ele
difere diametralmente do dom na Oholyao (congregação)
primitiva. Algumas características das línguas da atualidade
são:
De
onde vieram os conceitos atuais sobre o dom de línguas?
Uma
análise histórica entre os séculos 12 e 19 mostra que os
teólogos de maior expressão, tanto da antiguidade como da
reforma protestante, não exerciam nem ensinaram a prática do
dom de línguas. Durante todo esse tempo, a maioria dos casos
em que esporadicamente se ouve falar sobre o dom de línguas
é entre grupos como montanistas, jansenistas (católicos
pietistas), quacres, shakers e
mórmons.
Entretanto, o início marcante do dom de línguas da
atualidade veio por intermédio do movimento conhecido como
“Avivamento da Rua Azusa”, fundado em 1906 por William J.
Seymour. Ele se inspirou em Charles Fox Parham, pioneiro da
idéia de que o sinal específico do batismo do “Espírito
Santo” (o 3º deus dos trinos) é “falar em línguas”.
A análise
bíblica e histórica do dom de línguas e a presença de
inúmeras contradições e diferenças entre o uso atual das
línguas e o uso na Oholyao (congregação) primitiva levam-nos
à conclusão de que o dom de línguas atual não é, de modo
algum, a mesma experiência que a Igreja (Kehilah) apresentou
no primeiro século. As normas de Sha’ul são o divisor de
águas entre as línguas do passado e as de hoje.
Qual foi o propósito do dom no ‘Novo Testamento’?
A
constatação da descontinuidade do dom de línguas descrito
no Novo Testamento em relação à experiência atual
levanta algumas perguntas. Uma delas é: “Se o dom de línguas
da Oholyao (congregação) primitiva não servia aos propósitos
difundidos na atualidade, qual era sua real função?”.
Em I
Coríntios 14, Sha’ul não apenas proibiu o
uso indevido do dom de línguas, como o taxou como secundário
na edificação da Oholyao (congregação). Sha’ul também
revelou o propósito “principal” das línguas: servir como um
“sinal” do Criador para os incrédulos; além de levar a
Palavra para quem a desconhece (I
Co 14:22 cf. At 2:8-11).
Deuteronômio 28 contém
dois tipos de promessa do Criador aos judaicos. O primeiro é
a promessa de bênçãos pela obediência dos judaicos a Ele (Dt
28:1-14). O segundo é a promessa de castigo pela
desobediência (Dt
28:15-68). Em meio à lista de castigos
prometidos ao povo judaico caso “não dessem ouvidos à voz do
Criador”, um deles fica em destaque: “O CRIADOR levantará
contra ti uma nação de longe, da extremidade da terra virá,
como o vôo impetuoso da águia, nação cuja língua não
entenderás; nação feroz de rosto, que não respeitará ao
velho, nem se apiedará do moço. Ela comerá o fruto dos teus
animais e o fruto da tua terra, até que sejas destruído; e
não te deixará cereal, mosto, nem azeite, nem as crias das
tuas vacas e das tuas ovelhas, até que te haja consumido.
Sitiar-te-á em todas as tuas cidades, até que venham a cair,
em toda a tua terra, os altos e fortes muros em que
confiavas; e te sitiará em todas as tuas cidades, em toda a
terra que o CRIADOR, teu Criador, te deu. Comerás o fruto do
teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, que te
der o CRIADOR, teu O Criador, na angústia e no aperto com
que os teus inimigos te apertarão” (Dt
28:49-53).
Essa é a
promessa de um grande castigo do Criador pela desobediência
de Israel usando como instrumento de castigo uma nação
poderosa. Essa nação seria estrangeira, pois falaria uma
língua não seria entendida pelos israelitas. Esse povo, por
fim, traria grande destruição e mortandade a Israel. Pouco
antes de decretar tal punição, o Criador revelou que esses
eventos seriam um “sinal” para os israelitas de que
eles estavam sob a mão punitiva do Criador (Dt
28:46,47). Essa promessa se cumpriu algumas
vezes de maneira clara e arrebatadora. Três datas notáveis
desse cumprimento foram 722 a.Y., 587 a.Y. e 70 d.Y..
Em 722
a.Y., quando Israel/Yaoshor’ul estava divido em dois reinos
– o reino do norte (Israel) com suas dez tribos, e o reino
do sul (Judá) formado pelas tribos de Yaohu’dah e Beniamim –
o reino do norte foi devastado pelos assírios e o povo foi
levado cativo para a Assíria, onde foi miscigenado com
outros povos (II
Re 17:5,6,22,23). Em 587 a.Y., o mesmo aconteceu
ao reino do sul. Yahshua’oleym, capital de Yaohu’dah, foi
destruída junto com o Templo que Shua’olmoh havia construído
para o culto ao ETERNO. Os habitantes foram exilados na
Babilônia até o ano 539 a.Y. (II
Re 25:8,9).
Prevendo
esse tipo de punição, o Criador enviou profetas para alertar
o povo dos seus pecados, conclamá-los ao arrependimento e
anunciar o juízo caso não mudassem seu modo de agir. Entre
esses alertas dois deles chamam a atenção para si:
- Yashua’yah
pregou arrependimento ao povo garantindo que o Criador os
perdoaria e purificaria. Contudo, alertou que a obstinação
deles os tornaria alvo de “espada” (Is
1:16-20). Infelizmente, o povo não deu ouvidos à
voz do Criador. Yashua’yah, então, profetizou a punição do
Criador e disse que nem mesmo o castigo e o sinal de uma
“língua estranha” seriam capazes de produzir arrependimento
na nação de Israel (Is
28:11,12 cf.
v.1).
- O
Criador falou à nação de Yaohu’dah, por meio de Yarmi’yah,
convidando-a ao arrependimento e à purificação (Jr
3:14,15). A exemplo de Yaoshor’ul (o Reino do
Norte), Yaohu’dah (o Reino do Sul) também não deu ouvidos à
voz do Criador. Portanto, o Criador usou Babilônia, sob o
comando de Nabucodonosor, para castigar Yaohu’dah. Nesse
caso, o “sinal” do juízo do Criador também foi dado por meio
de um povo destruidor, cuja língua eles não entendiam (Jr
5:12-17).
Nos dias
no Novo Testamento também houve uma grande
destruição em Yahshua’oleym (70 d.Y..) e em todo o país. Os
acontecimentos da guerra entre os judaicos e os romanos
(66–70 d.Y..) não foram narrados nas Escrituras,
mas a História não os deixou passar em branco. O historiador
Flávio Josefo conta que Vespasiano derrotou e devastou toda
a Galiléia, Peréia e Iduméia e partiu em direção a
Yahshua’oleym. Nessa época, a cidade estava tomada e
dividida por três partidos de judaicos que se destruíam
mutuamente. Crimes, roubos e assassinatos aconteciam à luz
do dia. Qualquer um que tentasse fugir de Yahshua’oleym era
morto. Essa guerra civil custou o próprio mantimento de
trigo que serviria para sustentar anos de cerco. A fome e o
roubo de mantimentos pelos rebeldes em Yahshua’oleym
chegaram a níveis insuportáveis.
Quando
Vespasiano foi feito imperador, seu filho Tito assumiu o
comando do exército romano e sitiou Yahshua’oleym. Em quinze
dias tomou o primeiro muro e em mais nove, o segundo.
Restando apenas a terceira muralha e o muro do Templo, Tito
ofereceu, em vão, a paz aos judaicos. Como não houve
rendição, depois de quatro meses de cerco o Templo foi
invadido e, mesmo contra as ordens de Tito, foi queimado e
destruído. Quinze dias depois, Yahshua’oleym estava
completamente destruída e quem passasse por ali teria
dificuldades em acreditar que ali fora um centro populoso.
Os números da guerra, não levando em conta o quase meio
milhão de hudaicos mortos em todo o território palestino e
egípcio, foram: 97 mil prisioneiros e 1,1 milhão mortos em
Yahshua’oleym por crimes, fome, peste e guerra.
O motivo
de tamanha destruição foi o mesmo de 722 a.Y. e 587 a.C:
desobediência às ordens do Criador. Quatro décadas antes
Yaohu’shua pregou entre os judaicos e se apresentou como o
Criador e Salvador. Ele transmitiu à nação as palavras e
promessas do ETERNO a respeito da redenção mediante o
arrependimento e a fé em Seu Filho (Jo
10:24-26,30; 14:6).
O livro de Hebreus diz que Yaohu’shua falou aos
homens do seu tempo assim como o ETERNO falou com os antigos
por meio dos profetas (Hb 1.1,2).
Infelizmente, a reação dos judaicos a tais palavras não foi
fé e obediência, mas rejeição e morte a Yaohu’shua (Jo
19:15,16). Novamente o povo deixou de obedecer e
“não deu ouvidos à voz do ETERNO”. Desse modo, Yaohu’dah
seria punida mais uma vez. O vislumbre do castigo que traria
destruição a Yahshua’oleym e ao Templo fez com que
Yaohu’shua anunciasse e lamentasse a terrível tragédia (Mt
24:1,2; Lc
19:41-44; 21:20-24).
Como das
outras vezes, o Criador levantou uma nação poderosa para
trazer castigo pela incredulidade e desobediência dos
judaicos. A diferença é que, dessa vez, o instrumento usado
pelo Criador (o povo romano – Dn 9:27) dominava sobre os
israelitas havia mais de cem anos. Como o Criador prometeu
que os castigos descritos em Deuteronômio 28 seriam
“um sinal aos judaicos para sempre” (Dt
28:46,47), Ele possivelmente decidiu sinalizar o
castigo por meio da Igreja (Kehilah). Para esse fim a
Oholyao (congregação) passou a sinalizar tal juízo por
intermédio de línguas estrangeiras que não eram entendidas
pelo povo judaico. Por esse motivo Sha’ul diz que as línguas
não eram para crentes, mas para incrédulos (I
Co 14:21,22). O povo que rejeitou e matou o
Filho do ETERNO, que se fez carne, estava sendo alertado
sobre a dura punição que recairia sobre eles e sendo
convidado ao arrependimento; havia estrangeiros entre
eles...
A primeira
vez que o dom de línguas ocorreu na História foi cinquenta
dias após a morte de Yaohu’shua. Os 120 discípulos de Cristo
que receberam Yaohu’shua, em espírito onipresente, começaram
a falar em outros idiomas na presença de grande multidão de
judaicos incrédulos de todas as partes do mundo. Ao ficarem
espantados por verem galileus iletrados falando correta e
claramente em idiomas de terras distantes, esses judaicos
incrédulos foram repreendidos por Kafos a respeito do que
fizeram com Yaohu’shua (At
2:22-24). Em vista disso, muitos deles se
arrependeram e buscaram um meio de fugir da condenação por
tão grande crime. Para eles Kafos ordenou que se
arrependessem e se convertessem do caminho dos perversos (At
2:37-40). Diante da pregação e do anúncio da
culpa, 3 mil deles foram convertidos somente nesse dia (At
2:41).
Desse
modo, encontramos o propósito da concessão do dom de línguas
à Oholyao (congregação). Ele foi o sinal que o Criador
enviou aos incrédulos que apontava para o juízo que recairia
sobre eles. E o fato de uma pequena porcentagem ter crido em
tais promessas demonstra que o propósito do dom de línguas
não era primariamente evangelizar os incrédulos, mas trazer
sobre eles o juízo do Criador.
O
dom de línguas ainda existe hoje?
O juízo
que o dom de línguas sinalizava aconteceu no ano 70 d.Y.
Estando Yahshua’oleym destruída por sua rejeição a
Yaohu’shua e às palavras do Criador, o dom “atingiu seu
propósito”. Não havia, a partir de então, o que ser
sinalizado diante dos judaicos e, assim, o sinal “deixou de
ser necessário”. Por isso, o dom de línguas cessou após a
destruição de Yahshua’oleym no ano 70 d.Y.
Na
verdade, esse não é o único exemplo na Bíblia que
mostra que o Criador usa um sinal somente até que o fato
sinalizado aconteça. Encontramos um bom exemplo em Cl
2:16,17. Sha’ul ensina aos colossenses
que eles não deviam seguir os aspectos cerimoniais da Lei
Levítica por serem “sombras das coisas que haveriam de vir”.
Em outras palavras, eram sinais e símbolos de aspectos da
obra redentora de Cristo que seriam cumpridos com sua vinda
e morte na cruz – Mt 27:51. Depois que Cristo consumou sua
obra, esses sinais perderam a utilidade. Por isso não
fazemos mais sacrifícios... Gl 5:4. De forma semelhante, o
dom de línguas deixou de existir assim que Yahshua’oleym foi
destruída.
Conclusão
Portanto,
o dom de línguas não mais existe desde a destruição de
Yahshua’oleym pelos romanos na segunda metade do século 1,
em meio à incrível mortandade de israelitas.
Se as
“línguas” de hoje são tão confusas e diferentes
[glossolalia] do que a Bíblia relata e ensina, é
por serem uma tentativa de fazer artificialmente o que o
Santo Espírito, Yaohu’shua, fez no passado com um propósito
definido que não existe mais. É por isso que, em vez de
buscar falar em línguas, os cristãos de hoje devem “dar
ouvidos à voz do Criador” e priorizar o serviço e o amor ao
ETERNO e aos homens com um coração fiel, submisso e
transformado.
Sendo
assim, os pentecostais (espíritas) estão tão cegos que não
conseguem entender Mt 7:21-23; atrás desta passagem está a
idéia do juízo. Em cada uma de suas partes podemos
reconhecer a certeza de que algum dia, os tais ajustarão as
contas. É possível que alguém consiga manter a máscara e o
disfarce durante algum tempo, mas sempre chega o momento em
que toda falsidade fica manifesta, e todo disfarce é
arrancado. Possivelmente possamos enganar com nossas
palavras aos homens, mas jamais poderemos enganar ao ETERNO.
"De longe penetras os meus pensamentos" (Sl 139:2). Ninguém
pode enganar ao Criador que vê o coração!
Veja também:
https://www.cyocaminho.org/DomLingua.html
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