Este
ensaio procurará fazer uma análise objetiva da prática
pentecostal/carismática de falar em línguas. Eu não tinha
uma posição doutrinária sobre o assunto antes de escrever
esta análise. Entretanto, minhas descobertas foram tão
preocupantes que senti a necessidade de compartilhá-las com
os outros cristãos, bem como com os "buscadores" que possam
estar participando de reuniões cristãs onde línguas
estranhas são faladas. Portanto, antes de sair desta página,
leia pelo menos a introdução abaixo:
by J. Jones
Edição de oCaminho
INTRODUÇÃO: Inicialmente, devo
reconhecer que a partir das várias fontes que examinei,
falar em línguas é um assunto muito delicado entre os
cristãos, principalmente entre os pentecostais... Os
praticantes ficam grandemente ofendidos com qualquer crítica
que seja feita a essa prática [a ponto de deixar a página
(estudo) que está indo de encontro às suas crenças; não
agindo como um autentico bereano - At 17:11], enquanto que
muitos que não são praticantes a considerem prejudicial.
Este é certamente um tópico que dá margem à interpretações
muito polarizadas. Isto em si mesmo sugere que todas as
partes deveriam se familiarizar, tanto quanto possível, com
a base bíblica para a prática e pensar no assunto com muito
cuidado!!! A razão para isto deve ser óbvia — se falar em
línguas for bíblico, então deve ser uma parte padrão da
adoração cristã; entretanto, se não for bíblico, então é
algo potencialmente perigoso para qualquer um que esteja
envolvido e deve ser abandonado.
O Pano de Fundo
Primeiro, devo falar um pouco sobre
minha própria formação. Fui um católico romano até os 19
anos, depois participei ativamente no Movimento da Nova Era
durante 33 anos, até vir a Cristo, em 2008. Uma coisa que me
deixou chocado quando comecei a conhecer outros cristãos foi
o quanto o Cristianismo de hoje está infectado com as
crenças e conceitos da Nova Era. Muitas das mentiras que
deixei para trás estão na verdade sendo adotadas pelos
cristãos e incorporadas em suas vidas espirituais.
O ramo do Movimento de Nova Era em que
estive envolvido não incluía falar em línguas, mas fiquei
chocado com a incrível similaridade entre as "línguas"
dita cristãs e as várias práticas religiosas pagãs e xamânicas em
que os cantos rítmicos e a vocalização em transes são
utilizados pelos seguidores da Nova Era. Existia também um preocupante paralelo entre o
estado "cheio do espírito" de um cristão que falava em
línguas e que não compreendia o que dizia, e o estado "cheio
do espírito" de um médium em transe.
Além disso, a partir de minha exposição
no Movimento da Nova Era durante 33 anos, eu também sabia
que o reino sobrenatural está repleto de entidades que estão
constantemente procurando algum modo de se conectarem com os
humanos. Uma vez que elas se conectem, "alimentam-se" de seus
hospedeiros como parasitas invisíveis, causando problemas
emocionais, psicológicos e muitos outros. Algumas dessas
entidades (ou "demônios") são mais perniciosas do que
outras, de modo que se a pessoa for infeliz o bastante para
se envolver com um dos tipos mais perigosos, os efeitos
adversos podem ser muitos perturbadores e persistir por
vários anos, talvez até durante toda a vida.
Um Ministro Batista Soou o Alerta
No curso de minha pesquisa, encontrei um artigo muito
revelador, escrito por um ministro batista australiano que,
a partir de uma longa experiência, achou apropriado fazer as
seguintes observações surpreendentes:
"Entre as grandes ilusões que estão se propagando hoje, não
existe nada que seja mais sutil ou perigoso do que o moderno
movimento das línguas. Em minha experiência ao longo dos
muitos anos observei que, das massas de pessoas que caem sob
a influência do fenômeno das línguas, pouquíssimos escapam
sem prejuízos emocionais e espirituais a si mesmos e às suas
famílias.."..
"Eu e outros estamos testando as línguas na Austrália há
alguns anos. Na verdade, existem alguns homens que conheço
que estão testando há mais de vinte anos e nenhum de nós já
encontrou o genuíno dom bíblico das línguas. Quando o
espírito que usa a língua é forçado a se identificar, em 95%
dos casos, um demônio responde... Os outros 5% provam ser
psicossomáticos [fraudes psicologicas]". [Bryce Hartin, Today’s Tongues, 1987,
Third Edition 1993].
Se o pastor Hartin estiver correto, então essa sua afirmação
é de causar calafrios a respeito do fenômeno das "línguas"
e deve ser de grande preocupação para todos os cristãos
bíblicos.
O Propósito Espiritual das Línguas
De modo a compreender o que são as línguas
(bíblicas), precisamos saber
a qual propósito elas serviram no plano do Criador, na Redenção.
Embora o fenômeno ocorra somente no Novo Testamento, há na
verdade uma referência muito importante a ele, no Velho
Testamento:
"Assim por lábios gaguejantes, e por outra língua, falará a
este povo". [Is 28:11].
Esta passagem profética refere-se ao evangelho, a mensagem
do Messias, que "este povo" (os judaicos) se recusarão a
ouvir, mesmo quando ela for revelada a eles em "outra
língua" (um idioma estrangeiro). Essa recusa é confirmada
por Yahshua'yaohuh no verso seguinte:
"Ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado;
e este é o refrigério; porém não quiseram ouvir". [Is
28:12].
Esta é na verdade uma profecia surpreendente, cujo
significado tem sido frequentemente negligenciado. Por
exemplo, em seu livro Every Prophecy of the Bible (Todas as
Profecias da Bíblia), John Walvoord não a identifica.
Todavia, ela diz especificamente que virá um tempo em que os
judaicos ouvirão a palavra "vivificadora" do Messias
sendo
falada em um idioma estrangeiro, porém eles a rejeitarão.
Precisamos agora perguntar: Por que o
Criador quereria
pregar as palavras do ETERNO aos judaicos em uma língua
estrangeira? A resposta contém a chave para o dom das
línguas!
Vejamos as circunstâncias históricas em que a nação judaica
evoluiu. Ela era uma nação separada. O Criador deles, YAOHUH
UL'HIM,
era profundamente diferente dos "deuses" (ídolos) dos outros
povos. Todas as nações estrangeiras, sem exceções, eram
pagãs, idólatras que viviam debaixo de uma maldição. Eles
não tinham o Criador dos judaicos como sendo seu próprio
criador, mas tão somente ídolos. A suposição infundada que
eles estavam fazendo, porém, era que os estrangeiros nunca
teriam (ou seriam aceitos pelo) Criador, o criador dos
judaicos.
Esta atitude, que permeava todo o pensamento rabínico
tradicional e a comunidade judaica como um todo, é
demonstrada de modo mais admirável na história do profeta
Yao'nah. O Criador chamou Yao'nah para advertir uma nação pagã —
o povo de Nínive — de uma calamidade iminente. A não ser que
eles se arrependessem de seus maus caminhos, a cidade de
Nínive seria destruída. Yao'nah ficou extremamente triste com
essa ordem do Criador e tentou desobedecer-lha. Para ele era
simplesmente impensável que o Criador de Israel se
preocupasse com o bem-estar de um povo pagão!
Mesmo depois do Criador o ter arrastado até Nínive, onde
pregou a mensagem, Yao'nah sentou-se fora da cidade e aguardou
a destruição dela — uma cena que ele desejava ver. Mas,
quando a destruição não ocorreu, ele ficou muito decepcionado!
Isto pode parecer como uma atitude muito dura para nós hoje,
mas ela destaca a propriedade exclusiva que o povo judaico
julgava que exercia sobre YAOHUH UL'HIM. Ele era o Criador deles e de
ninguém mais...
Isto se transformou em um grande problema quando os
apóstolos começaram a pregar o Evangelho para os
estrangeiros, em sua busca pelos gentios (israelitas
proveniente da Casa de Israel, o Reino do Norte, espalhado
por entre as nações).
Naturalmente, quase todos os membros iniciais da igreja
primitiva eram judaicos. Mas, eles carregavam consigo
exatamente a mesma atitude que tinha sido ferozmente mantida
pelos filhos de Israel durante séculos. Na visão deles, a
igreja deveria permanecer exclusivamente judaica. A idéia
que os gentios e os pagãos, estrangeiros recebessem a
permissão de ingressar na igreja [kehiláh] era repulsiva para eles.
Até mesmo os apóstolos lutaram com isto e, como o livro de
Atos dos Apóstolos revela, eles poderiam ter confinado a
igreja aos circuncisos (os judaicos) se Sha'ul não tivesse
aparecido e os convencido que Cristo morreu por todos, e não
apenas pelos judaicos.
Sha'ul não teria feito progresso algum se, quando apresentou
sua perspectiva, os cristãos primitivos (todos os quais eram
judaicos ou gentios) não tivessem JÁ observado algo que os tinha
surpreendido, isto é, o falar em línguas — o sinal que
Yahshua'yaohuh tinha profetizado. Eles tinham testemunhado o
santo Espírito [Yaohushua, agora em espírito onipresente -
At 2] falar a Palavra no idioma dos pagãos [vs. 5-12].
Isso somente poderia significar que Criador estava convidando
os pagãos ao Seu aprisco.
Neste estágio da nossa análise, precisamos entrar nos
detalhes específicos e ver onde exatamente as línguas foram
usadas no Novo Testamento e quais condições precisaram ser
cumpridas antes que elas pudessem ser usadas.
Ocasiões Específicas em Que as Línguas Foram Usadas no Novo
Testamento
Vamos examinar uma de cada vez:
1. E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a
toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem
não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que
crerem: Em meu Nome expulsarão os demônios; falarão novas
línguas. [Mc 16:15-17].
Cristo nunca falou em línguas, mas aqui está dizendo que
aqueles que "crerem" (seus discípulos) irão por todo o mundo
e falarão novas línguas. Isso sugere fortemente que as
"línguas" em questão eram os idiomas falados em cada parte
do mundo. A palavra grega original para "línguas" é glossa,
que significa idiomas. Essas são línguas reais, não línguas
inventadas, "línguas celestiais" * , os línguas místicas. Isso
também sugere que o dom de falar em línguas serviria, pelo
menos em alguns casos, como um modo de contornar a barreira
linguística ao propagar a mensagem do Evangelho. Afinal,
nada do Novo Testamento tinha sido escrito quando Cristo
proferiu essas palavras (profecia)...
* Nota de oCaminho: que anjos
são estes que não tem "poder" suficiente para incorporar
(uma ação própria dos espíritas e altamente condenável nas
Escrituras) uma pessoa e falar em sua própria língua, como
fizeram os apóstolos naquele dia!
2. 44-46Enquanto Káfos dizia estas
coisas, o RÚKHA HOL’KODSHUA (YAOHUH, o Santo) desceu sobre
quantos o escutavam. Os Yaohu’dins que tinham ido com Káfos
ficaram maravilhados ao verem que o dom do RÚKHA HOL’KODSHUA
(YAOHUH, o Santo) tenha sido derramado também sobre os
estrangeiros; e ouviam-nos falar em línguas diferentes,
louvando UL. 47Káfos perguntou então: Poderá
alguém opor-se a que sejam imersos, agora que receberam do
RÚKHA HOL’KODSHUA (YAOHUH, o Santo) tal como nós? 48E
assim deu ordem que fossem imersos em Shuam (Nome) de
Yaohushua hol-Mehushkháy. Depois Cornélio pediu-lhe que
ficasse em sua casa durante vários dias.
[Atos 10:44-48].
Esta é a maravilhosa ocasião quando o primeiro
estrangeiro não gentio —
Cornélio — foi imerso. Os cristãos judaicos que estavam
presentes ficaram "maravilhados", pois nunca tinham
imaginado que o santo Espírito (Yaohushua) estaria
com um estrangeiros, considerado imundo [tema deste
capítulo] pelos judaicos... Isso
significa que o Criador de Israel estava se declarando como o
Criador
de todas as nações e não apenas para os judaicos. E como eles
souberam com certeza que o santo Espírito tinha estado
naqueles estrangeiros não gentios? Porque os ouviram falar em línguas
(certamente os hebraico, a língua dos judaicos e assim, não
houve a necessidade de interpretes entre eles e os
estrangeiros romanos). Falar
em línguas era um sinal para os judaicos que YAOHUH UL'HIM estava
aceitando indivíduos de todas as etnias, tribos, povos e
línguas.
3. 4-7Sha'ul explicou-lhes então que a
imersão de Yaohu’khanam servia para manifestar o desejo de
nos desviarmos do pecado e nos voltarmos para YAOHUH, mas,
que os que recebiam essa imersão tinham de dar um passo em
frente e crer em Yaohushua, aquele que Yaohu’khanam dissera
que viria mais tarde. Logo que souberam disto, foram imersos
no Shuam (Nome) de Maoro'eh Yaohushua. Quando Sha'ul lhes
colocou as mãos sobre a cabeça, o RÚKHA HOL’KODSHUA (YAOHUH,
o Santo) (o Espírito que é Santo) desceu sobre eles, e
começaram a falar noutras línguas e a profetizar. Eram cerca
de doze homens. [Atos 19:4-7].
Esta foi a ocasião em que, em uma visita a Éfeso
[uma cidade grega, consequentemente de língua grega], Sha'ul
encontrou cerca de 12 judaicos que tinham sido imersos
muitos anos antes por Yaohu'khanan, o Imersor. Como aquele não era
a imersão cristã (cf. At 2:38 e não cf. a formula apócrifa
da passagem adulterada de Mt 28:19), Sha'ul os imergiu outra vez
[rebatismo]. Quando o
santo Espírito usou-os, começaram a falar em línguas.
Todos os judaicos que estavam presentes foram novamente
deixados com a certeza que o Espírito [Yaohushua, agora
onipresente] tinha estado
naqueles homens. Além disso, eles podiam ouvir aqueles
conversos falarem palavras inspiradas da Verdade (eles
"profetizavam") em uma língua estrangeira (para
eles) porem, conhecida dos judaicos - o hebraico, sua língua
pátria; e assim, não foi necessário um interprete entre
eles, como antes... Esta era uma
clara confirmação que Yaohushua hol'Mehuskyah estava dizendo ao mundo que Ele
não era apenas o Criador para os judaicos, mas para todas as
etnias, povos e nações!
Agora, vamos pegar aquilo que aprendemos até aqui e ver como
se aplica ao exemplo de línguas mais conhecido, o que
ocorreu em Pentecostes:
4. O RÚKHA HOL’KODSHUA (Yaohushua, agora, em espírito
onipresente) desce no Khag Shavúos (Pentecostes)...
1Chegou o dia de Khag Shavúos. 2Estando
os crentes reunidos naquele dia, ouviu-se, subitamente em
shuã-ólmayao, um som semelhante ao rugido de um furacão,
enchendo a casa onde se encontravam. 3-4Apareceram
então como que línguas de fogo que pousaram sobre as suas
cabeças e todos os presentes ficaram cheios do RÚKHA
HOL’KODSHUA (YAOHUH, o Santo), começando falando línguas que
desconheciam, pois o RÚKHA deu-lhes esse poder. 5-6Ora,
encontravam-se naquele dia em Yaosh’ua-oléym, para assistir
às celebrações religiosas, muitos yaohu’dins piedosos vindos
de diversas nações. Ao ouvir-se aquele rugido no céu por
cima da casa, o povo acorreu para ver o que se passava, e
ficaram todos maravilhados ouvindo os discípulos falar nas
próprias línguas deles. 7-12Como é que isto pode
ser, exclamaram. Estes homens são da Galiléia e, afinal,
ouvimo-los falar em todas as línguas dos países onde
nascemos! Estamos aqui partos, medos, elamitas, gente da
Mesopotâmia, Yaohu’dah, Capadócia, Ponto, Ásia, Frígia,
Panfília, Egito, terras da Líbia perto de Cirene,
forasteiros vindos de Roma, cretenses e árabes. Todos
ouvimos estes homens falar nas nossas próprias línguas os
poderosos milagres de UL! E ficaram ali maravilhados, sem
saber o que pensar, perguntando uns aos outros: Que quer
isto dizer? [Atos 2:1-12].
Considere os seguintes fatos: todos os que ouviram as
línguas eram judaicos locais e judaicos
estrangeiros que tinham vindo a Yah'shua-oléym de países
distantes para participarem do Festival de Pentecostes. Como
judaicos estrangeiros, eles falavam o idioma de suas origens, de modo que tinham
que se esforçar para entender o hebraico, a língua comum em
Yah'shua-oléym. Demonstrando poder, o santo Espírito
falou palavras da Verdade pelas bocas dos discípulos
[hebraicos] na
língua da região geográfica a partir da qual cada visitante
judaico tinha vindo. Os idiomas
citados no texto eram todos idiomas de nações estrangeiras.
Portanto, os demais judaicos [locais] estavam ouvindo louvores a
YAOHUH UL'HIM, o Criador de
Israel, nas línguas dos povos pagãos — algo que eles nunca
esperaram testemunhar, nem em seus sonhos mais desvairados...
Daí, alguns (não verdadeiramente convertidos a Yaohushua)
zombarem: Estão bêbados? (vs. 13).
Tente imaginar a cena. Minutos após o
santo Espírito [Yaohushua, agora em espírito
onipresente cf, Sua promessa - Mt 18:20] vir ao
mundo para habitar nos corações dos homens, Ele JÁ estava
falando aos gentios e estrangeiros. Este foi um dos sinais sobre os quais
Yaohushua falou em Mc 16 e foi o mesmo sinal sobre o qual
Yahshua'yaohuh falara 600 anos antes (Is 28:11).
Um ponto crucial a observar é que falar em línguas não foi
usado para comunicar o Evangelho [nestas ocasiões]. Os discípulos falaram
idiomas terreais reais, cerca de 15 ou 16 listados, mas
podiam facilmente ter usado a língua comum de todos os
judaicos daquele tempo (o aramaico) — que virtualmente todos
os peregrinos conheciam.
Antes de continuarmos a examinar a doutrina das línguas,
conforme explicada por Sha'ul em I Coríntios, vamos resumir o
que descobrimos até aqui:
-
Falar em línguas somente ocorre
na presença de judaicos.
-
Falar em línguas é um sinal para os
judaicos.
-
Falar em línguas envolve o uso de
idiomas terreais reais.
-
O sentido daquilo que é dito em todos os casos
é
compreendido por aquele que fala.
Este último ponto pode ser inferido naturalmente a partir
dos vários exemplos citados nas Escrituras. Se os faladores
estivessem usando linguagem humana, porém um idioma que eles
não tinham aprendido, é somente razoável assumir que eles
compreendessem o significado daquilo que estavam dizendo.
Não faria sentido, dados os casos citados nas Escrituras e a
afirmação de Cristo em Marcos 16, os indivíduos envolvidos
serem ignorantes do significado de suas palavras. Se uma
pessoa diz alguma coisa em uma língua estrangeira que
estudou academicamente, ela sabe o que está sendo dito. Da
mesma forma, o discurso em uma língua imbuída de forma
sobrenatural precisa ser exatamente tão inteligível a quem
fala — caso contrário o santo Espírito [Yaohushua] teria falhado em
cumprir Sua profecia; feita em Marcos 16.
Vamos agora examinar a doutrina das línguas do apóstolo
Sha'ul e ver se nossas descobertas até aqui estão
consistentes com o que ele tem a dizer.
O Pano de Fundo Para a Primeira Epístola de
Sha'ul aos
Coríntios
Para compreender os comentários de
Sha'ul sobre as línguas em
I Coríntios, precisamos compreender seu propósito geral ao
escrever a epístola. Ele tinha sido informado que os
cristãos coríntios tinham se afastado em muitos aspectos dos
preceitos doutrinários que ele lhes tinha dado e agora
queria trazê-los de volta para os trilhos. A partir dos
vários comentários que ele faz na epístola, parece evidente
que a Igreja em Corinto estava muito longe do padrão
satisfatório no modo como lidava com seus problemas [como as
pentecostais de hoje]. Eles
estavam abusando de seus dons espirituais, envolvendo-se em
práticas imorais e sofrendo com "inveja, contendas e
dissensões" (I Co 3:3).
Assim, os comentários de Sha'ul em relação às línguas
destinam-se a corrigir mal-entendidos entre eles e garantir
que dali para frente eles adotassem somente a posição
doutrinária rígida no exercício das línguas.
Nota de oCaminho:
Inclui no fim deste estudo o texto completo [unitariano; by
ESN - Escrituras Sagradas segundo o Nome, EUC - Edição
Unitariana Corrigida by CYC] dos capítulos
12, 13 e 14 de I Coríntios, onde você poderá ver todas as referências às
línguas.
Iremos agora "dissecar" o que
Sha'ul escreveu e tentaremos
estabelecer a posição doutrinária correta. Também veremos em
que extensão ele confirma o que já descobrimos em nosso
exame em Yahshua'yaohuh, Marcus e Atos.
Observação Doutrinária 1
No capítulo 12, Sha'ul explica que existe uma diversidade de
dons espirituais e que eles estão distribuídos dentro da
igreja. Assim, precisamos concluir que o dom de falar em
línguas podia ser possuído por somente alguns membros da
igreja.
Observação Doutrinária 2
O capítulo 12 também menciona a interpretação de línguas
como um [mais] dom espiritual. Seria um erro sério concluir, como
alguns fazem, que isso se refere à interpretação das
palavras faladas por uma pessoa que esteja exercendo o dom
das línguas. Sha'ul está falando aqui de dois dons
espirituais diferentes e interdependentes. O dom da interpretação relaciona-se
com a tradução de um sermão ou de um pronunciamento
inspirado, a partir de uma língua aprendida de forma
natural, para a língua de uma ou mais pessoas na
congregação, onde o próprio intérprete não possui
naturalmente ambos os idiomas. Ele compreende a fala por
meios naturais, ou pode traduzir a mensagem falando em outra
língua, que não a sua; ou vice-versa.
A descrição das línguas em Pentecostes torna bem claro que,
quando uma pessoa fala em línguas, todos o ouvem em seu
próprio idioma. Seria sem sentido inferir que aquilo que uma
pessoa diz ao falar em línguas precise ocasionalmente ser
interpretado por outra pessoa com o dom da interpretação.
Isso implicaria que um dom do Espírito não seria suficiente
[poderoso] para seu propósito.
Portanto, podemos concluir que o dom da interpretação de um
idioma estrangeiro é totalmente separado e distinto do dom
de falar em línguas. Ambos podem ser exercidos no mesmo
foro, mas não em relação ao mesmo pronunciamento.
Observação Doutrinária 3
O verso 13:1 ("Ainda que eu falasse as línguas dos homens e
dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou
como o sino que tine") é algumas vezes considerado como uma
referência de Sha'ul a uma linguagem angelical. Algumas
vezes aqueles que adotam essa posição tentam então
argumentar que essa linguagem seria por definição
ininteligível aos ouvidos humanos. Assim, se alguém ao falar
em línguas, falasse em linguagem angélica, não poderia ser
compreendido pelos homens e, então, precisaria de
interprete!
Existem sérios problemas com este argumento. Primeiro, ele é
totalmente inconsistente com outras partes das Escrituras,
onde a linguagem falada por uma pessoa que fala em línguas
(ou a linguagem ouvida por um ou mais membros da
congregação) é uma linguagem real e inteligível para muitos.
Há também um problema com a palavra grega angelos, que é
traduzida como "anjos" em muitas Bíblias modernas, incluindo
as Almeidas. O significado literal dessa
palavra é "mensageiros". Ela somente é traduzida como
"anjos" quando o contexto assim requer, o que não é o caso
aqui. Talvez uma tradução mais exata de angelos neste
contexto atual seja "emissários" ou "enviados" — conforme
indicado pela Concordância de Strong. Isto seria plenamente
consistente com o restante da epístola, que concerne à
conduta apropriada da congregação em Corinto, o que inclui o
líder e os pregadores. (A palavra "evangelista" é eu-angelos, pois um evangelista é um mensageiro da
Verdade - Boas Novas).
Uma "linguagem angélica", neste caso, também está em
conflito com aquelas partes da Escritura em que, em qualquer
comunicação entre anjos e homens, a comunicação sempre foi
realizada em uma linguagem inteligível para o homem, isto é, na forma de
comunicação do lado humano. Há também outro problema lógico
com o argumento "angélico". Nunca foi necessário uma
linguagem angélica para que os homens fossem compreendidos pelos
anjos [que anjo sem poder é este que não conhece a língua
daquele com que ele se comunica?].
Destarte, tendo considerado os sérios problemas com o
argumento "angélico", bem como as claras referências
encontradas nas Escrituras às línguas como idiomas humanos
inteligíveis, podemos com segurança concluir que Sha'ul não
está sugerindo por um momento sequer no capítulo 13 que alguém que
fala em línguas poderia, em certas circunstâncias, comunicar
algo que seus ouvintes não poderiam prontamente compreender.
Observação Doutrinária 4
"O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão
aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência,
desaparecerá; porque, em parte, conhecemos, e em parte
profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que
o é em parte será aniquilado". [I Co 13:8-10].
Em I Co 12:8-10, Sha'ul lista nove dons do Espírito
[Yaohushua, agora em espírito onipresente] —
sabedoria, conhecimento, fé, curas, operação de milagres,
profecia, discernimento de espíritos, línguas e a
interpretação de línguas. Mas, nos versos 8-9 do cap. 13, ele declara
especificamente que três deles passarão quando "vier o que é
perfeito" (vs 10). O que é perfeito é a completa Palavra
do Criador, a Bíblia. No tempo em que o apóstolo Sha'ul estava
escrevendo, a Bíblia ainda estava incompleta. Os três dons revelatórios que ele diz que passarão são os três que são
necessários para completar a Bíblia — conhecimento e
profecia divinamente revelados e as revelações dadas por
meio do falar em línguas.
Este é um importante pronunciamento feito por
Sha'ul. O dom
das línguas era temporário. Sha'ul sabia que esse dom estava
programado para desaparecer depois que o livro final da
Bíblia tivesse sido escrito. Depois disso, os cristãos não
deveriam mais esperar testemunhar alguém falar em línguas.
Observação Doutrinária 5
"Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas
principalmente o de profetizar. Porque o que fala em língua
desconhecida não fala aos homens, senão ao Criador; porque
ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. Mas o que
profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e
consolação. O que fala em língua desconhecida edifica-se a
si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja". [I
Co 14:1-4].
Alguns pensam que a "língua desconhecida" mencionada no
verso 14:2 seja uma referência a "falar em línguas"
(a tal de "língua dos anjos"), mas
este não é o caso. A língua (glossa) é claramente uma
linguagem como qualquer outra — o mesmo sentido em que
glossa é usada em outros lugares. Devemos observar o que o
celebrado Matthew Poole disse sobre esses versos em seu
famoso Comentário Bíblico (publicado em 1685): [Poole
refere-se a Lightfoot, outro famoso comentarista, que
faleceu em 1675].
"Dever-se-ia substituir o "o que fala em língua
desconhecida"; por tão somente "outra língua", pois
desconhecida não está no grego original, mas foi
necessariamente acrescentado pelos tradutores, pois Sha'ul se
refere a esse tipo de língua; ou seja, ele quer dizer uma língua não
conhecida por todos, ou, pelo menos, não pela maior parte
dos ouvintes. Pode-se perguntar à qual língua "desconhecida" o
apóstolo se refere aqui. Devemos pensar que os líderes e
mestres na igreja de Corinto eram tão vãos ao ponto de
pregar em língua árabe, cita ou parta para um povo que
somente compreendia o grego? Nosso douto Lightfoot pensa que
isto não seja provável e que se um deles fosse tão vão para
fins de ostentação, o apóstolo o teria repreendido por
praticar esse abuso e teria proibido a continuação dessa
prática, do que dar instrução, que se alguém assim falasse,
deveria interpretar, como faz no verso 5. Ele pensa,
portanto, que o apóstolo se referia à língua hebraica, que
por volta daquele tempo tinha em grande parte sido perdida,
por causa da mistura dos judaicos com as outras nações,
todavia estava restaurada em grande medida para os líderes
das igrejas, para a melhor compreensão das Escrituras do
Velho Testamento; e continuava em uso entre os judaicos para
a leitura da Lei nas sinagogas. Agora, com a presença de
muitos judaicos nesta igreja e o serviço a Criador sendo
ordinariamente realizado em língua hebraica nas sinagogas, é
muito provável que alguns desses judaicos cristianizados
(para mostrar suas capacidades) quando falavam diante da
igreja em Corinto, usassem o hebraico, embora poucos, ou
ninguém mais entendesse aquele idioma. O apóstolo disse que
aquele que assim fazia, falava não aos homens, isto é, não
aos homens que não compreendiam aquele idioma, não à sua
audiência em geral, embora talvez alguns poucos pudessem
compreender, mas ao Criador, que sendo o autor de todos os
idiomas, necessariamente conhecia o significado de todas as
palavras. "Porque o que fala em língua desconhecida não fala
aos homens, senão ao Criador; porque ninguém o entende, e em
espírito fala mistérios"; embora ele possa falar coisas
misteriosas para si mesmo e para o entendimento de sua
própria vida e espírito. Outros acham que era possível, que
alguns que assim falavam, sendo apenas os instrumentos do
Espírito, não pudessem eles mesmos compreender tudo aquilo
que diziam, mas isto é improvável".
Em outras palavras, esses grandes eruditos bíblicos, Poole e
Lightfoot, eram da opinião que a "língua desconhecida" a
qual Sha'ul estava se referindo era o hebraico. O orgulho era
um grande problema entre aqueles irmãos "enfatuados" em
Corinto, de modo que pareceria que alguns pregadores estavam
usando o hebraico como uma prova de sua erudição - como
muitos, hoje o fazem - e não para
a edificação de seus ouvintes; muitos dos quais possuíam
pouca instrução formal. Embora eles pudessem edificar a si
mesmos ao falar em hebraico, ou ao usar inúmeros termos em
hebraico, eles estavam somente se comunicando com Criador e não
com os outros homens ou, como Poole diz, "seus ouvintes em
geral".
Podemos concluir, a partir dos versos 1-4, que
Sha'ul estava
insistindo que todos os pregadores devem falar aos seus
ouvintes em uma língua que todos possam compreender. Isto é
confirmado pelo verso 5, que diz:
"E eu quero que todos vós faleis em
línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que
profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser
que também interprete para que a igreja receba edificação".
Em outras palavras, se um pregador estiver determinado a
pregar em uma língua "desconhecida", então pelo menos garanta
que entre os presentes exista alguém que possa traduzir
aquilo que ele disser para a língua comum das pessoas que
estiverem na congregação. Pode ser alguém que estudou e
aprendeu o hebraico, ou alguém que tenha recebido o dom da
interpretação pelo Espírito.
Os seguintes versos têm o objetivo de reforçar esse ponto:
"E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em
outras línguas,
que vos aproveitaria, se não vos falasse ou por meio da
revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina? Da
mesma sorte, se as coisas inanimadas, que fazem som, seja
flauta, seja cítara, não formarem sons distintos, como se
conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara?
Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará
para a batalha? Assim também vós, se com a língua não
pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o
que se diz? porque estareis como que falando ao vento. Há, por
exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é
sem significação. Mas, se eu ignorar o sentido da voz, serei
estrangeiro para aquele a quem falo, e o que fala será
estrangeiro
para mim. Assim também vós, como desejais dons espirituais,
procurai abundar neles, para edificação da igreja". [I
Co 14:6-12].
O Dicionário Webster (1828), que catalogou rigorosamente a
linguagem usada na tradução Autorizada do Rei Jaime (KJV),
definiu o verbo "edificar" como segue: "Instruir
ou aprimorar a mente em conhecimentos gerais e,
particularmente, em conhecimento moral e religioso, em fé e
santidade".
Isto reforça o sentido do que Sha'ul estava tentando
comunicar, isto é, que todas as palavras proferidas na
igreja devem ter o objetivo de "edificar" os presentes,
promovendo um maior conhecimento da fé e da santidade.
Nota de oCaminho: As "Almeidas"
(trinitarianas) corromperam tais capítulos de I Coríntios ao
ADICIONAR a palavra "desconhecida" para caracterizar
o vocábulo "glossa" = língua. Como tal termo
(desconhecida) não consta dos originais gregos, o correto é
"outra língua" em vez de "língua desconhecida"; isto em
TODAS estas passagens do livro de I Coríntios.
Observação Doutrinária 6
Os cinco versos seguintes desenvolvem um pouco mais a
doutrina das línguas:
"Por isso, o que fala em outra língua, ore para que a
possa interpretar. Porque, se eu orar em uma língua
desconhecida para mim, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento
fica sem fruto. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas
também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito,
mas também cantarei com o entendimento. De outra maneira, se
tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar
de indouto, o Amém, sobre a tua ação de graças, visto que
não sabe o que dizes? Porque realmente tu dás bem as graças,
mas o outro não é edificado" [I Co 14:13-17]. Portanto,
seria como muitos fazem ao cantar o mais recente sucesso em
inglês, mesmo não entendendo o inglês a ponto de nem mesmo
saber se está pronunciando corretamente as palavras...
O verso 13 dá origem à seguinte questão: Por que uma pessoa
que está falando em outra língua tem de orar "para
que a possa interpretar"? Isto é facilmente explicado se
compreendermos que a "língua desconhecida" é desconhecida
somente para a audiência e não para aquele que está falando.
O desafio para quem fala é encontrar as palavras certas no
idioma local para que ele possa ser compreendido pelos seus
ouvintes. Sha'ul está orientando que, nesses casos, ele
deveria orar (talvez antecipadamente) e pedir que o Espírito lhe dê a capacidade de encontrar
tais palavras ao nível de seus ouvintes.
Esses versos têm particular consideração para a diversidade
das línguas que eram faladas em Corinto, uma agitada cidade
cosmopolita com residentes e visitantes de muitas partes do
Império Romano. Dentro do espaço de alguns poucos
quilômetros quadrados, era possível encontrar de dez a
quinze idiomas sendo falados, cada um dos quais era um
"idioma estrangeiro" para qualquer um que não o
compreendesse. Assim, em uma igreja formada por membros de
origem judaica e estrangeira, com níveis mistos de educação
formal, era absolutamente vital que qualquer um recebesse
exatamente a mesma instrução religiosa. Sha'ul estava
perfeitamente ciente que a confusão apareceria se a igreja
em Corinto não solucionasse esse problema.
O conselho dele foi tipicamente prático — seja por dons
espirituais ou por estudo convencional, seja por meio de
recursos próprios ou com a ajuda de terceiros, sempre
garanta que tudo o que você disser seja compreendido por
todos os ouvintes.
Isto é consistente com a epístola como um todo, onde o
objetivo principal de Sha'ul era solucionar os problemas
práticos e fazer isso de um modo claro e conciso que todos
em Corinto pudessem compreender.
Portanto, podemos concluir que os versos 13-17 não
apresentam um novo elemento doutrinário, mas simplesmente
reforçam a mensagem dada por Sha'ul nos versos 6-12.
Observação Doutrinária 7
"Dou graças ao meu Criador, porque falo mais línguas do que vós
todos. Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras
na minha própria inteligência, para que possa também
instruir os outros, do que dez mil palavras em língua
desconhecida. Irmãos, não sejais meninos no entendimento,
mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento" [I
Co 14:18-20].
No verso 18 Sha'ul está dizendo aos coríntios que, devido ao
seu chamado como apóstolo aos gentios [os descendentes da
Casa de Israel, o Reino do Norte espalhados por ente as
nações], ele tinha mais
oportunidade do que qualquer um em Corinto de falar em
línguas — ele está se referindo aqui ao dom espiritual das
línguas concedido pelo Espírito. Ele certamente
adquiriu um grande conhecimento de idiomas no curso de suas
extensas viagens.
Se considerado isolado, o verso 19 pode sugerir que
Sha'ul
algumas vezes falava em línguas (sobrenaturalmente) sem na
verdade compreender o que estava dizendo. Mas, isso estaria
em conflito direto com tudo o que ele disse até agora. Na
realidade, ele está proclamando (no verso 19) que nunca, sob
quaisquer circunstâncias, dizia a uma audiência algo que não
pudesse ser compreendido! Ele enfatiza isso ao exortar os
coríntios (no verso 20) a abrir mão do hábito infantil de
pregar em um idioma que a audiência não possa compreender;
como fazem hoje, os pentecostais.
É claro então que os versos 18-20 repetem, em termos muito
enfáticos, a mesma mensagem dada nos versos 6-17, isto é,
"Faça-se compreender!".
Observação Doutrinária 8
"Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por
outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não
ouvirão, diz o Criador. De sorte que as línguas são um sinal,
não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é
sinal para os infiéis, mas para os fiéis". [I Co 14:21-22].
Sha'ul está se referindo aqui a Is 28:11-12, que já
discutimos. Ele está confirmando que falar em línguas (de
forma sobrenatural) é um sinal aos judaicos ("este povo
que não aceitavam ao nosso Redentor").
Como Yahshua'yaohuh refere-se especificamente aos descrentes do povo
judaico ("e ainda assim não ouvirão"), esta é a descrença
sobre a qual Sha'ul está falando. Não haveria sentido em
fazer um pronunciamento inspirado (profecia) a um judaico não
convertido, mas meramente testemunhar alguém falando sobre
YAOHUH UL'HIM na língua de um povo estrangeiro seria bastante
surpreendente para eles.
Estes versos confirmam que Sha'ul sabia que os coríntios
estavam falando em línguas mesmo quando judaicos não estavam
presentes. Eles estavam fazendo isso simplesmente para
impressionar uns aos outros e não pela razão expressa dada
nas Escrituras.
Temos uma nova conclusão doutrinária aqui, isto é, que falar
em línguas era um sinal para os judaicos e somente para os
judaicos.
Observação Doutrinária 9
"Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos
falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não
dirão porventura que estais loucos? Mas, se todos
profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é
convencido, de todos é julgado. Portanto, os segredos do seu
coração ficarão manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu
rosto, adorará ao Criador, anunciando que o Criador está
verdadeiramente entre vós". [I Co 14:22-25].
Os "infiéis" no verso 23 estão ligados com os "indoutos".
Assim, Sha'ul está se referindo aqui aos gentios descrentes
[israelitas].
Ele diz que quando esses indivíduos compareciam a um serviço
da igreja e ouviam muitos na congregação falar em línguas
(por meio do dom concedido a eles pelo Espírito), eles
naturalmente pensariam que os "cristãos estavam loucos". Se
compreendessem o que estava sendo dito de forma
sobrenatural, eles não ficariam confusos e não pensariam que
os cristãos coríntios estavam loucos. O problema é que, por
não serem judaicos, eles não compreendiam o que estava sendo
dito. Os coríntios estavam fazendo mau uso do dom das
línguas. Com isto, eles estavam somente confundindo os
indivíduos sinceros que compareciam às reuniões da igreja
para ouvir o Evangelho de Cristo. Se eles enfocassem apenas
a pregação do Evangelho de um modo bíblico e inspirado
(profetizando), então esses visitantes poderiam prontamente
compreender e vir a Cristo.
Observação Doutrinária 10
"Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de
vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem
interpretação. Faça-se tudo para edificação. E, se alguém
falar em outra língua, faça-se isso por dois, ou
quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se
não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale
consigo mesmo, e com o Criador. E falem dois ou três profetas, e
os outros julguem. Mas, se a outro, que estiver assentado,
for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos
podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos
aprendam, e todos sejam consolados" [I Co 14:26-31].
Sha'ul censura os coríntios por serem tão ansiosos em
expressarem suas aptidões evangélicas que negligenciavam
aquilo que era realmente importante — a edificação dos
ouvintes. Ele pede que eles limitem o número dos que falam
ou pregam a dois ou três. Se um deles estiver falando em uma
língua que parte da audiência não compreende, então que
outra pessoa interprete aquilo que está sendo dito para que
todos os presentes sejam edificados. Se não houver alguém
que possa interpretar, então aquele indivíduo deve
permanecer calado e orar a Criador.
Ele os faz lembrar também que, se o
Espírito motivar
outra pessoa a falar, pode fazer isso para o benefício de
todos, mas não de forma a criar confusão. Cada um deve
falar, um de cada vez, de forma ordeira.
Observação Doutrinária 11
"E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.
Porque o Criador não é um Criador de confusão, senão de paz, como em
todas as igrejas dos santos" [I Co 14:32-33].
O verso 32 diz que as faculdades dos santos ou profetas
(aqueles que estão falando) devem estar o tempo todo sob o
controle deles mesmos. A palavra traduzida como "espírito" é
pneuma (Strong, item 4151), o que significa mente racional ou
disposição mental. Em hipótese alguma deve um cristão falar
na igreja sem ter pleno controle ou sem compreender suas
palavras e ações, pois Criador não é o autor de confusão.
Observação Doutrinária 12
"As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não
lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também
ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa,
interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é
vergonhoso que as mulheres falem na igreja. Porventura saiu
dentre vós a palavra do Criador? Ou veio ela somente para vós?
Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as
coisas que vos escrevo são mandamentos do Criador. Mas, se
alguém ignora isto, que ignore. Portanto, irmãos, procurai,
com zelo, profetizar, e não proibais falar línguas. Mas
faça-se tudo decentemente e com ordem". [I Co
14:34-41].
Usando as "Almeidas" (e outras trinitarianas) Sha'ul está impondo uma disciplina rígida aqui. Nos versos 36
e 37 ele diz que, independente do que alguém em Corinto
possa pensar — não importa quem seja — aquilo que ele,
Sha'ul, diz aqui é para ser seguido por todos, exatamente
como definido. Ele não os proíbe de falar em línguas, mas
somente podem fazer isso da forma como eles os instruiu. A
palavra traduzida como "decentemente" (euschemonos) também
significa "honestamente". Ele deseja que eles ajam de forma
honesta nesta questão e que mantenham os preceitos de ordem
que ele delineou para eles.
Mas, também disse que as "mulheres
estejam caladas"... Poucos ousam interpretar tais
palavras quando estudam estas passagens para APOIAR ou NÃO o
Dom de Língua (estranha ou não)! Mas, se lermos tal passagem
em uma Escritura Sagrada Unitariana, toda confusão (ou
machismo) é desfeita; veja: "As mulheres devem ficar calmas
durante as reuniões na Oholyáo. Não devem tomar parte nas
discussões. Sejam submissas, tal como manda a Tanakh. Se
tiverem questões a apresentar, que o façam em paz como fazem
aos seus maridos, em casa; não é próprio para as mulheres se
exaltarem nos cultos da Oholyáo" [I Co 14:34, 35]. Sha'ul,
preservando a fragilidade feminina!!!
Resumo do Dom Bíblico de Falar em Línguas
A partir desta nossa análise, podemos ver que a Bíblia é
muito específica sobre o papel das línguas, como e quando
esse dom do Espírito podia ser usado. A Bíblia definiu
algumas condições que tinham de ser satisfeitas antes que
isso pudesse ser feito de uma maneira sadia. As condições
são as seguintes:
-
Judeus precisam estar presentes.
-
Os judaicos precisam ser descrentes — ao contrário da
evangelização dos gentios.
-
A "língua" precisa ser uma linguagem natural falada pelos
homens.
-
Quem fala precisa compreender o que está dizendo.
-
Quem fala precisa ter pleno controle sobre aquilo que está
dizendo.
-
O dom cessaria quando a Bíblia
ficasse completa (isto é, por volta do ano 100 d.Y,
quando o Apocalipse foi escrito)
Usando essas conclusões bíblicas,
podemos responder à diversas questões que os cristãos
modernos têm a respeito do dom das línguas:
Podem os cristãos modernos "falar em línguas" de um modo
biblicamente correto?
A resposta é obviamente não. Isto não impede a possibilidade
de que o Criador possa fazer uma pessoa falar espontaneamente em
outro idioma, como fez com a mula de Balaão, mas as
Escrituras dizem que o dom bíblico das línguas cessou para
aquela finalidade.
Os pentecostais e carismáticos "falam em línguas" na oração
privada — isto é biblicamente aceitável?
Novamente, a resposta é não. As línguas bíblicas não eram
uma forma particular de oração. Elas tinham um propósito
muito específico, que era servir como um sinal para os
judaicos. O dom das línguas era demonstrado em um foro
público.
Os pentecostais e carismáticos "falam em uma forma
ininteligível de línguas" — isto é biblicamente aceitável?
Novamente, não. A Bíblia mostra claramente que falar em
línguas sempre envolvia expressar-se em uma linguagem
conhecida em alguma parte do mundo. Além disso, precisava
ser um idioma compreendido por pelo menos uma pessoa no
recinto.
Os pentecostais e carismáticos que "falam em línguas"
geralmente não sabem o que aquilo que proferem de forma
ininteligível significa — isto é biblicamente aceitável?
Absolutamente não. Mais uma vez, a Bíblia é muito clara
sobre isto. Quem fala precisa sempre compreender o
significado daquilo que está dizendo.
Os que "falam em línguas" hoje frequentemente perdem o
controle dos movimentos de seus corpos — isto é biblicamente
aceitável?
Não, não é. A Bíblia diz que quem fala precisa sempre estar
em pleno controle de si mesmo.
Que Espírito Está Trabalhando por Meio Daqueles Que
"Falam em
Línguas" Hoje?
Esta é uma questão muito delicada e dolorosa de responder.
Muitos pentecostais são cristãos maravilhosos e
desprendidos, profundamente dedicados a viver uma vida
cristã. Entretanto, é óbvio a partir da análise nas
Escrituras que realizamos que o Espírito não confere
mais o dom das línguas. Portanto, se os cristãos modernos
estão "falando em línguas", eles estão fingindo (talvez até
para si mesmos) na melhor das hipóteses, expressando uma forma aberrante
(possivelmente inócua) de comportamento mental. Porém, na
grande maioria, estão respondendo à uma influência sobrenatural de origem imunda
[possessos por demônios]. Não é à toa que temos Mt
7:21-23 nas Escrituras!!!
É esta última explicação que deve ser de maior preocupação.
As duas primeiras explicações (auto-engano e comportamento
aberrante) são más o suficiente no sentido que desviam os
cristãos de orarem ao Criador, conforme Ele deseja, e
apresentam um retrato de um Cristianismo distorcido para o mundo. Quantos milhares já rejeitaram o
Evangelho por causa do modo estranho com o qual cristãos
supostamente devotos que falam em línguas estavam se
comportando?
Entretanto, o elemento demoníaco é que é verdadeiramente
perigoso. Muitos observadores já notaram o quão erráticos e
desbalanceados os pentecostais e carismáticos que "falam em
línguas" podem se tornar em suas vidas emocionais e o quão
sedentos eles estão por sinais e demonstrações da
providência divina. Para eles, a ênfase está na experiência,
e não na fé — exatamente como no Movimento de Nova Era. E,
experimente você mostrar-lhes a Verdade!!!
Citamos os comentários do pastor Bryce Hardin no início
deste ensaio e sua grande preocupação com o estrago que o
falar em línguas está fazendo, tanto para os cristãos
individuais quanto para o Cristianismo em geral. Ele diz que
já viu incontáveis casos em que pessoas que falavam em
línguas ficaram sujeitas a sérias e prolongadas perturbações
quando se abriram para "o espírito". Dificilmente ocorria a
qualquer uma dessas pessoas que o espírito envolvido não era
Yaohushua, em espírito onipresente (desde o Pentecostes),
mas uma entidade demoníaca que se mascarava como um ser
benigno - II Co 11:14.
Com minha própria experiência no Movimento de Nova Era, é
óbvio para mim que muitos cristãos hoje pensam no Espírito
[Yaohushua] como uma força e não como uma pessoa (ou talvez
parcialmente como uma força e uma pessoa). Assim, elas
imaginam que possam chamá-lo(a), mais ou menos como um
fluído sutil dos céus. Este é um erro verdadeiramente
horrendo e que está fazendo um imenso mal ao Cristianismo
hoje. O Espírito é uma pessoa e somente uma pessoa.
Ele não pode ser invocado como uma força ou uma energia. Ele
também não pode receber ordens para fazer isto ou aquilo.
Lembre-se que Yaohushua NUNCA orava ao
"espírito" (o terceiro deus dos trinitarianos);
Ele SEMPRE orava ao Pai Celestial [YAOHUH UL'HIM]. Isto certamente nos diz
alguma coisa. Parece que, exceto nos casos de pura
ingenuidade, todos os praticantes das línguas estranhas
estão terrivelmente confusos a respeito do verdadeiro
Cristianismo bíblico e estão motivados principalmente pelo
orgulho [egoísmo], a crença que de algum modo eles podem se dirigir ao
"espírito" (o que Yaohushua nunca fez) e dizer-lhe o
que fazer.
Ninguém gosta de ouvir isto e eu certamente não gosto de ter
de dizer isto. Mas, após 33 anos no Movimento de Nova Era,
quando finalmente vim a Cristo, fiquei realmente chocado em
ver quantos cristãos tinham se tornado praticantes de Nova
Era pela porta dos fundos, quantos tinham perdido sua fé em
Cristo e substituído a fé por uma filosofia experimental que
na verdade está em conflito com a Verdade bíblica. Os
cristãos parecem ter se esquecido do quão perigoso satanás é
e quantas versões falsificadas de Cristianismo ele já criou
para enganar os incautos e atraí-los para sua rede de
enganação.
A partir de longos anos de estudo neste campo, não tenho a
menor dúvida que falar em "línguas estranhas", ser ferido (ter
desmaios ou ser possesso) no espírito, a Bênção de Toronto (também chamada
de Reavivamento do Riso), e fenômenos similares são
totalmente demoníacos em sua origem; uma forma disfarçada de
feitiçaria que apresenta uma ameaça espiritual real para
qualquer um que seja tolo o bastante para se envolver nessas
práticas.
A maioria dos cristãos não está familiarizada com Grimoires,
coleções de maldições e encantamentos mágicos muito antigos.
Eles foram criados para conjurar e controlar os espíritos
das trevas para propósitos mágicos. Muitas dessas maldições
e encantamentos estão em latim (como os encantamentos que
aparecem nos livros da série Harry Potter), porém outros
estão em grego, inglês arcaico, hebraico e árabe. Assim, é
muito fácil para um demônio induzir um cristão a proferir
uma dessas maldições sob a crença errônea que está falando
em línguas. Por exemplo, se você ouvisse alguém entoar "jam
tibi impero", poderia imaginar que isto é uma oração que lhe
foi dada pelo Espírito. Na verdade, são as três
palavras iniciais de um encantamento mágico para dar ordens
a um demônio tenebroso.
Muitos cristãos acreditam erroneamente que falar em línguas
seja um fenômeno exclusivamente cristão. Na verdade, não é
nada disto. Muitas outras culturas e tradições religiosas,
incluindo o Vodu e a Santeria, praticam as "línguas". O
fenômeno também é bem conhecido entre os seguidores da Falun
Gong, o movimento religioso chinês que está baseado na
antiga arte ocultista do Qigong. Por exemplo, "... centenas
de pessoas em Pequim compareceram recentemente para uma
tarde de risadas descontroladas até ao ponto de rolar no
chão, danças em transe, curas pela fé e 'falar em línguas'"..
Eles estavam participando de uma reunião da Falun Gong,
organizada por Li Hongzhi, que por volta de 1995 afirmou ser
o "salvador onisciente e onipotente de todo o universo".
(Citado em Qigong Fever: Body, Science and Utopia in China,
David A Palmer, Columbia University Press, 2007).
Em um encontro no Congresso, na cidade de Washington, em
maio de 2005, o professor David Ownby fez uma apresentação
sobre as religiões não-oficiais na China, em que discutiu
Qigong e Falun Gong: "Chefiados por mestres carismáticos, o
movimento prometia curas milagrosas e poderes sobrenaturais,
que podem ser obtidos por meio de exercícios físicos,
meditação, visualização, transe e/ou 'falar em línguas'.
Fenômenos paralelos no Ocidente seriam chamados de novos
movimentos religiosos ou Movimentos de Nova Era".
Falar em línguas também existe na Kundalini Yôga, que
envolve despertar o "poder da serpente" na base da espinha
dorsal — uma prática ocultista muito perigosa.
Em seu livro Devatma Shakti (Kundalini): Divine Power, o
swami Vishnu Tirtha cita algumas das características
relevantes, com base em um tratado escrito por seu guru,
Shri Yogãnandji Mahãrãja:
"Quando seu corpo começa a tremer, os cabelos ficam
eriçados, você ri ou começa a chorar sem desejar, sua língua
começa a proferir sons deformados, você fica tomado por um
temor ou vê visões atemorizadoras... a Kundalini Shakti se
tornou ativa..".
"Quando em seguida você se senta com os olhos fechados,
então em um instante o corpo começa a mostrar atividades
como fazer os braços e as pernas se estenderem forçadamente,
sons deformados serem proferidos em voz alta, você começa a
proferir sons parecidos com as vozes de animais, como
pássaros, sapo, leão, chacal, cachorro, tigre, que inspiram
medo e não são agradáveis de se ouvir, compreenda que a
Grando Criadora Kundalini entrou em ação..".
"Logo depois que você se assenta para as orações, seu corpo
começa a tremer e em êxtase de alegria você começa a cantar
hinos em tons de música agradáveis de ouvir e cuja
composição e poesia vêm involuntariamente, suas mãos batem
palmas ritmicamente e você pronuncia palavras em uma língua
estranha que não conhece, mas o som produz êxtase em sua
mente, saiba que a Criadora da linguagem, Saraswati,
despertou e entrou em ação".
Se você acha que o Espírito está envolvido em qualquer
um desses fenômenos, está terrivelmente enganado. Eles são
total, completa e profundamente demoníacos. Os demônios
[nomes] são
até mesmo citados — Shakti, Kundalini and Saraswati.
Vou encerrar com uma chocante advertência feita pelo pastor
Bryce Hardin: "Até tempos recentes, o Espiritismo estava em
geral desacreditado. Seus supostos fenômenos eram
ridicularizados e seus médiuns eram rejeitados como
impostores. Tudo isto agora mudou. A prática do Espiritismo
em uma forma ou outra se tornou agora aceitável na
sociedade, mas ainda mais, seu aparecimento no segmento da
igreja cristã que fala em línguas na verdade o tornou
respeitável. O caminho está agora sendo preparado para novas
esferas cada vez mais amplas de atividade demoníaca e para o
fornecimento de novos e mais eficientes canais humanos por
meio dos quais esses espíritos enganadores poderão operar".
"Alguém já disse muito bem que a separação entre o natural e
o sobrenatural é feita por uma parede muito fina em alguns
locais. Este é certamente o caso aqui. Com o surgimento nos
últimos cem anos do movimento das línguas estranhas, com seu
poderoso apelo emocional e suas curas psíquicas, satanás
criou agora para si mesmo uma nova fonte de autoridade e
esses ensinos, tendo obtido respeitabilidade, abrem a porta
ainda mais para outras doutrinas de demônios". — Today’s
Tongues, 1987, pág. 12
Bibliografia Selecionada
Cloud, David, The Pentecostal-Charismatic Movements.
Fitton, Paul, The Alpha Course: Is it Bible-based or
Hell-inspired?
Hartin, Bryce, Satan Wants Your Mind, Today’s Tongues
Legrand, Fernand, All About Speaking in Tongues.
MacArthur, John Jr, Speaking in Tongues.
Nelte, Frank, Should You Speak in Tongues?
Strauss, L and Niland, B, Is Speaking in Tongues Demonic?
Unger, Merrill, Biblical Demonology. What Demons Can Do to
Saints.
Younce, Max, Fact to Face with Tongues.
Apêndice: Cap 12, 13 e 14 retirados
da ESN - Escrituras Sagradas segundo o Nome! [EUC]*
Alef
Qorintyah 12
Os dons espirituais
1E
agora, irmãos, quero escrever-vos acerca dos dons
espirituais, pois é preciso que não haja qualquer confusão a
esse respeito. 2Lembram-se que antes de se
tornarem yaohushua’him eram levados a adorar ídolos, que
nunca vos diziam uma só palavra. 3Portanto
quero que saibam como discernir o que é verdadeiramente de
UL. Pois é desta maneira: Ninguém que fale pelo
RUK’HA-UL’HIM (UL’HIM, em Espírito onipresente), poderá
dizer, Yaohu’shua é maldito, e ninguém pode dizer
conscientemente, Yaohu’shua é UL, se não for
impulsionado por hol’kod-shua RUK’HA (o santo Espírito).
4Ora há diferentes espécies de dons
espirituais, mas, é no mesmo RUK’HA
que todos eles procedem. 5Há várias
espécies de serviço para YAOHUH, mas, é ao mesmo YAOHUH que
estamos a servir. 6Há muitas formas, de UL
trabalhar nas nossas vidas, mas, é sempre o mesmo UL quem
faz o trabalho em nós. 7O RUK’HA (UL, em
espírito onipresente) manifesta-se por intermédio de cada um
de nós, para o que for útil à oholyao. 8A
uma pessoa, o RUK’HA (UL, em espírito onipresente) concede o
dom da sabedoria; a outro, o dom do conhecimento, e tudo
isto vem do mesmo RUK’HA (UL, em espírito onipresente).
9A um outro, dá uma fé especial, e, a outro
ainda, o poder de curar doentes. 10Um tem
o poder de fazer milagres, outro o de falar em Shuam (Nome)
de UL. A outra pessoa dá a capacidade de distinguir os
espíritos [maus ou bons]. A uma pessoa, dá o poder de falar
línguas que nunca aprendeu e, a outra pessoa, o de ser capaz
de interpretar o que aquela outra diz. 11E
é sempre o mesmo e único RUK’HA (UL, em espírito
onipresente) que dá todos estes dons, decidindo aquilo que
deve ser atribuído a cada um.
Um corpo, muitas partes
12O
nosso corpo tem muitas partes, mas, o conjunto constitui um
só corpo. Assim é também o corpo de hol’Mehushkyah: cada um
de nós é uma parte do corpo. 13Uns são
yaohu’dins, outros gentiles; uns são escravos, outros são
livres. Mas, todos nós fomos imersos no corpo de
hol’Mehushkyah neste RUK’HA (espírito), e todos nós
recebemos do mesmo RUK’HA (UL, em espírito onipresente).
14Sim, o corpo tem muitas partes; não é
constituído só de uma parte. 15Se o pé
disser, Eu não faço parte do corpo porque não sou mão, não é
por isso que ele deixa de ser parte do corpo. 16E
se o ouvido se pusesse dizendo, Não pertenço ao corpo porque
podia ser um olho, e afinal não passo de uma orelha. Seria
por isso que faria menos parte do corpo? 17Vamos
supor que todo o corpo fosse olho; como é que se podia
ouvir? Ou então se todo ele fosse um enorme ouvido, como se
poderia cheirar? 18Mas, YAOHUH formou-nos
com muitas partes, e cada uma com a sua função própria.
19-20E
que coisa estranha seria um corpo humano com uma só parte!
Mas, não, são muitas as partes, mas, um só o corpo.
21O olho nunca poderá dizer para a mão, Não
preciso de ti. Nem a cabeça poderá dizer aos pés, Vocês
são-me inúteis. 22De fato, algumas, partes
que parecem mais fracas e menos importantes são realmente as
mais necessárias. 23E as partes que
consideramos menos dignas são aquelas que vestimos com o
maior cuidado. Protegemos cuidadosamente do olhar dos outros
aquelas partes que não deveriam ser vistas, 24enquanto
que há outras partes que não precisam deste cuidado
especial. Assim YAOHUH juntou o corpo de tal maneira que são
dadas honras extra às partes que têm menos dignidade.
25Assim é criada uma harmonia entre os membros,
de maneira que todos os membros cuidam uns dos outros
igualmente. 26Se uma parte sofre, todas as
partes sofrem com ela, e se uma parte é honrada, todas as
partes ficam satisfeitas.
27-28Ora
vocês formam o corpo de hol’Mehushkyah, e cada um
separadamente constitui uma parte necessária desse corpo. É,
pois assim que na oholyao de Maoro’eh Yaohu’shua
colocou-se, em primeiro lugar, emissários; em segundo,
profetas; em terceiro, ensinadores; e depois os que fazem
milagres, os que têm o dom de curar, outros o dom de ajudar
o semelhante, outros sabem administrar a oholyao, e outros
ainda falam em línguas que nunca aprenderam. 29Deverão
ser todos emissários? Serão todos pregadores ou profetas?
Tornar-se-ão todos ensinadores? Poderá todos fazer milagres?
30Podem todos curar os doentes? Dá-nos YAOHUH a
todos, capacidade de falar línguas que não conhecemos? Pode
qualquer pessoa interpretar o que aqueles que têm esse dom
dizem? Claro que não.
31Contudo
esforcem-se por serem capacitados com os dons mais
importantes.
Alef Qorintyah 13
O amor
1Mas
deixem-me mostrar-vos o caminho mais excelente! Ainda que eu
falasse as línguas dos homens ou até mesmo dos mensageiros,
mas, não fosse capaz de amar os outros, não seria mais do
que um metal que soa ou como um sino que faz barulho.
2Se eu tivesse o dom de falar em Shuam (Nome)
de UL, e se soubesse os enigmas do futuro e se conhecesse
tudo acerca de tudo, mas, não amasse os outros, de que me
serviria isso? E até mesmo que tivesse fé de forma a poder
falar a uma montanha e fazê-la deslocar-se, isso não teria
valor algum sem o amor. 3Ainda que desse
tudo aos pobres, ainda que deixasse que me queimassem vivo,
mas, se não amasse os outros, eu não teria nenhum valor.
4-5O amor é paciente e bondoso. Não é
invejoso, nem orgulhoso; não é arrogante, nem grosseiro. O
amor não exige que se faça o que ele quer. Não é irritadiço
e dificilmente suspeita do mal que os outros lhe possam
fazer. 6Nunca fica satisfeito com a
injustiça, mas, alegra-se com a verdade. 7O
amor nunca desiste, nunca perde a fé, tem sempre esperança e
persevera em todas as circunstâncias.
8Todos os dons e capacidades especiais que vêm
de UL terminarão um dia, porém, o amor há de sempre
continuar. Um dia, tanto a profecia, como o falar línguas
estrangeiras, como a sabedoria espiritual, todos esses dons
desaparecerão. 9Nós agora sabemos muito
pouco, mesmo com a ajuda desses dons especiais; e até a
pregação mais inspirada é ainda muito imperfeita. 10Mas,
quando chegar o que é
perfeito, estes dons especiais desaparecerão.
11É assim: quando eu era criança, falava,
pensava, raciocinava como uma criança. Mas, quando me tornei
adulto deixei as coisas de criança. 12Da
mesma maneira, nós agora compreendemos imperfeitamente as
coisas como se estivéssemos vendo um reflexo num espelho de
má qualidade;
mas, um dia virá em que veremos de uma forma completa, face
a face. Tudo quanto sei agora é parcial, mas, depois verei
tudo com clareza; como UL conhece o interior do meu coração.
13Há três coisas que hão de perdurar: a fé, a
esperança e o amor; e destas a principal é o amor.
Alef Qorintyah 14
Os dons de profecia e das
línguas
1Que
o amor seja o vosso fundamental objetivo; mas, aspirem
também com zelo aos dons que o RUK’HA (UL, em espírito
onipresente) vos dá, e especialmente o dom de pregar a
mensagem de UL. 2Aquele que fala em outra
língua fala com YAOHUH, mas, não com os outros, visto que os
outros não poderão entendê-lo. É verdade que poderão estar
falando pelo poder do RUK’HA (UL, em espírito onipresente),
mas será como um mistério. 3Aquele que
profetizar estará ajudando os outros a crescerem em YAOHUH,
encorajando-os e confortando-os. 4Uma
pessoa que fala outra língua estará ajudando a si mesmo,
mas, aquele que prega em Shuam (Nome) de UL ajuda toda a
oholyao a crescer. 5Gostaria que todos
falassem em outras línguas, mas, muito mais ainda que todos
fossem capacitados falando da mensagem de UL, porque isso
representa um poder espiritual muito maior do que falar
línguas estrangeiras, a não ser que alguém interprete o que
está dizendo, para que os outros possam obter disso algum
proveito espiritual. 6Queridos irmãos,
ainda que eu próprio viesse ter convosco falando-vos numa
língua que não entendessem, como é que vos poderia ajudar?
Mas, se vos disser com toda a simplicidade o que YAOHUH me
revelou, e vos relatar aquilo que sei, e aquilo que há de
acontecer, e enfim todas as grandes verdades da Palavra de
UL, isso é que vos poderá ajudar. 7Até os
instrumentos de música, a flauta, por exemplo, ou a harpa,
demonstra a necessidade de que tudo o que se exprime seja
com clareza, com nitidez. Ninguém reconhecerá a melodia que
o instrumento estiver tocando, se cada nota não soar com
clareza. 8E se na batalha o corneteiro não
tocar notas certas, como é que os soldados saberão que estão
sendo chamados para a batalha? 9De igual
forma se, se falar com alguém numa linguagem que ele não
entenda, como é que ele há de saber o que lhe estão dizendo?
Seria a mesma coisa que falar numa sala sem ninguém.
10Suponho que haverá centenas de línguas
diferentes neste mundo, e que todas elas exprimem bem o
pensamento daqueles que as falam. 11Mas,
se eu não souber o sentido daquilo que dizem alguém que me
fale numa dessas línguas será sempre para mim um
estrangeiro, tanto como eu para ele. 12Visto
que desejam ter dons do RUK’HA (UL, em espírito onipresente)
peçam para ter os que serão de real utilidade para toda a
oholyao. 13Se a alguém é concedido o dom
de falar em uma língua estrangeira, deve também orar para
que lhe seja dado o dom de interpretação, a fim de que o
possa depois dizer explicitamente aos outros o que estava
falando. 14Porque se eu orar em uma língua
que eu desconheça, o meu espírito ora, mas, no meu
entendimento eu não sei o que estou dizendo.
15Pois bem, que devo então fazer? As duas
coisas: orarei no RUK’HA (espírito), e orarei com palavras
que eu entendo; cantarei no RUK’HA (espírito) e cantarei com
palavras que eu entendo. 16Porque se
louvarem a YAOHUH de uma forma espiritual, sem que o
entendimento acompanhe o que estão dizendo numa língua
desconhecida, como é que aqueles que estão presentes vos
podem acompanhar no louvor a YAOHUH se não sabem o que vocês
estão dizendo? 17Podem até estar dizendo
coisas muito belas, mas, que não serão de ajuda nenhuma para
quem ali está. 18Eu dou graças a YAOHUH
porque falo em várias línguas, mais do que qualquer um de
vocês. 19Mas, num culto público preferiria
muito mais dizer uma frase apenas, com cinco palavras que
fosse, mas, que todos compreendessem e que a todos ajudasse,
do que um discurso de milhares de palavras numa língua
estrangeira. 20Queridos irmãos, não sejam
como meninos quanto à compreensão destas coisas. Quando se
trata de imaginar o mal, aí sim, convém que sejam como
meninos inocentes; mas, procurem entender as coisas desta
natureza com a inteligência madura de pessoas adultas.
21As Tanakh dizem-nos: Enviarei homens de
outras terras para falar em suas línguas ao meu povo, diz o
Criador, e mesmo assim não hão de escutar.
22Vêem então que o falar em outra língua pode
ser um sinal para os descrentes. Enquanto que anunciar a
mensagem de UL é para os crentes. 23Com
efeito, se um descrente vem à oholyao e vos ouve falar em
outras línguas, bem poderá pensar que estão todos fora do
seu perfeito juízo. 24Mas se estiverem a
apresentar a mensagem de UL e se um estranho à oholyao
entrar, ou alguém que ainda não compreenda tudo, em todo o
caso tem a possibilidade de ser convencido, e a sua
consciência será sensibilizada por tudo aquilo que ouvir.
25À medida que for ouvindo, os seus pensamentos
mais íntimos serão postos a nu perante YAOHUH e no seu
espírito, cairá diante de UL, adorando-o e confessando que
YAOHUH está na verdade no vosso meio.
Ordem nas reuniões da oholyao
26Pois
bem, irmãos, resumamos o que já se disse. Quando se reúnem,
um canta um hino, outro tem um ensinamento, um outro tem
algo especial que YAOHUH lhe revelou, outro fala numa língua
estrangeira, enquanto outro interpreta o que foi dito por
aquele. Mas, tudo o que for feito deve ser de utilidade para
todos e seu crescimento em YAOHUH. 27Não
deveriam falar mais do que dois ou três em línguas
estrangeiras, e que fale um de cada vez, havendo sempre
alguém para interpretar. 28Mas, se não
houver ninguém que interprete, devem ficar em silêncio
na reunião da oholyao e fala em uma língua [diferente]
consigo próprio e com YAOHUH. 29Também
dois ou três podem dizer a mensagem de UL, cada um por sua
vez, se tiverem o dom para tal, enquanto os outros devem
ouvir atentamente. 30E se, enquanto alguém
está falando a palavra de UL, outra pessoa receber uma
revelação de UL, aquele que está falando deve terminar.
31Assim, pois todos os que têm uma profecia
podem falar, mas, um após o outro; dessa forma todos
aprenderão e serão ajudados. 32Lembrem-se
de que uma pessoa que tenha uma mensagem de UL deve ser
capaz de conter a si próprio e de esperar pela sua vez.
33YAOHUH não pode aceitar a desordem. UL ama a
harmonia; e é isso que ele deseja encontrar em todas as
oholyaos. 34As mulheres devem ficar calmas
durante as reuniões na oholyao. Não devem tomar parte nas
discussões. Sejam submissas, tal como mandam a Tanakh.
35Se tiverem questões a apresentar, que o façam
em paz como fazem aos seus maridos, em casa; não é próprio
para as mulheres se exaltarem nos cultos da oholyao.
36Será que vocês pensam que o conhecimento da
palavra de UL começa e acaba unicamente em vocês, coríntios?
Pois bem, estão enganados! 37Vocês que
conclamam ter o dom de falar em Shuam (Nome) de UL, e outras
capacidades da parte do RUK’HA (UL, em espírito
onipresente), deveriam ser os primeiros a perceber que o que
estou dizendo é um mandamento da parte de UL. 38Mas,
enfim, se alguém continua discordando, não temos mais que o
deixar na sua ignorância. 39Portanto, meus
irmãos na fé, procurem ansiosamente pregar em Shuam (Nome)
de UL a sua mensagem com toda a nitidez; e não impeçam quem
fala em outras línguas! 40Certifiquem-se
de que tudo é feito em ordem, e sempre da forma mais decente
e conveniente.
*[EUC] - Edição Unitariana
Corrigida by CYC - Congregação Yaoshorul'ita o Caminho
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