Bereshit 6

O dilúvio

^1-2As pessoas começaram a multiplicar-se na terra. Então, os filhos de UL^[Nota] repararam na beleza das mulheres do mundo, e tomaram para si as que quiseram. ³E UL disse: O meu Rukha (espírito) não continuará a contender [comigo] e ser desonrado pelo homem, visto que é todo ele mal. Dou-lhe 120 anos de vida. ⁴Naqueles dias, os homens eram gigantes e mesmo depois; e, os filhos de UL tiveram relações com mulheres do mundo e os filhos que lhes nasceram tornaram-se poderosos, que foram os heróis de grande fama de que nos falam os relatos da antiguidade. ^5-6E o UL viu que a maldade humana se tinha estendido multiplicadamente, e que a imaginação e os pensamentos dos seres humanos os levavam unicamente para o mal. Então lastimou de tê-los criado. ESN - Escrituras Sagradas segundo o Nome, EUC (Edição Unitariana Corrigida by CYC – Congregação Yaoshorul’ita o Caminho).

Nefilins

[by Wikipédia]

No Dicionário de Strong são chamados de tiranos. Em aramaico Nephila designa a constelação de Orion, que entre os hebreus era o anjo Shemhazai (Semyaza, Samyaza, Semyaze), conforme relatado no Livro de Enoque.

Citações bíblicas

A Bíblia faz menção aos Nefilins como "anjos caídos", "espíritos impuros" ou "demônios", e no Livro de Enoque (apócrifo) como "vigilantes"; sendo os tais, anjos que copularam com as filhas dos homens e engendraram uma raça híbrida de gigantes (doutrina ensinada pela Congregação Cristã do Brasil, sustentada pela Bíblia de Drake, uma escritura extremamente pentecostal e tendenciosa):  “Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de elohim adentraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama”.

Para os “teólogos de plantão”, a palavra Ul’him (corrompida para Elohim, em honra ao ídolo babilônico, EL; pai de Baal/senhor) é um plural e significaria deuses (ou deusas) fazendo a referência “lógica e clara” da origem dos Nefilins. Nefilim, portanto, seria um grupo de “deuses” que se rebelaram adquirindo o epíteto que correlatamente significaria: os deuses desertores.

Os gigantes seriam o resultado de uma união entre duas espécies; seres que foram alterados geneticamente devido a compatibilidade entre as mulheres humanas e os Nefelins. Imaginem uma mulher (normal) dando à luz à um “gigante”...

Na Bíblia, podemos identificar alguns dos descendentes dos Nefelins na terra por serem antigos governantes, como aponta o livro de Números/Bamidbar (Nm 13:33).

“Também vimos ali os Nefilins, isto é, os filhos de Anaque, que são descendentes dos nefilins; éramos aos nossos olhos como gafanhotos; e assim também éramos aos seus olhos”.

Neste mesmo livro, temos uma referência da genealogia dos Nefelins entre os homens e também o local onde habitavam:

“E subindo para o Negebe, vieram até Hebrom, onde estavam Aimã, Sesai e Talmai, filhos de Anaque. (Ora, Hebrom foi edificada sete anos antes de Zoã no Egito)”. Nm 13:22.

Já no livro de Deuteronômio/Devarim podemos conhecer um pouco das características físicas dos Nefelins: “Um povo grande e alto, filhos dos anaquins, que tu conhecestes, e dos quais tens ouvido dizer: Quem poderá resistir aos filhos de Anaque?” - Dt 9:2.

Neste versículo há uma segunda referência aos filhos de Deus, onde são chamados de Anaquins. A palavra anaquin tem origem na palavra anunnaki do idioma sumério, que significa “aqueles que do céu desceram”, o que corrobora a interpretação destes “teólogos” com narrativas Sumérias e Mesopotâmica como a Epopéia de Atra Hasis.

Ainda no livro de Deuteronômio/Devarim podemos identificar outras referências aos Nefelins: “Antes haviam habitado nela os Emins, povo grande e numeroso, e alto como os Anaquins; Eles também são considerados Refains como os Anaquins; mas os moabitas lhes chamam Emins” - Dt 2:10,11.

Depois de compreendermos estes versículos fica mais esclarecedor a batalha citada no livro do Gênesis, no capítulo 14.

“Por isso, ao décimo quarto ano veio Quedorlaomer, e os reis que estavam com ele, e feriram aos Refains em Asterote-Carnaim, aos Zuzins em Hão, aos Emins em Savé-Quiriataim” – Gn 14:5.

Mesmo não tendo nenhuma outra referência na Bíblia sobre os Zuzins podemos logicamente concluir que os Zuzins também eram descendentes dos Nefelins na Terra. No livro de Deuteronômio/Devarim podemos compreender que alguns povos apenas davam outros nomes aos Nefelins e seus descendentes:

“Também essa é considerada terra de Refains; Outrora habitavam nela Refains, mas os Amonitas lhes chamam Zanzumins” – Dt 2:20.

“...e dei à meia tribo de Manassés o resto de Gileade, como também todo o Basã, o reino de Ogue, isto é, toda a região de Argobe com todo o Basã. O mesmo se chamava a terra dos Refains” – Dt 3:13.

Flávio Josefo faz uma distinção entre os gigantes e o fruto das relações entre os "Filhos de Deus" e as "filhas dos homens", quando afirma em sua obra: "... e os grandes da terra, que se haviam casado com as filhas dos descendentes de Caim, produziram uma raça indolente que, pela confiança que depositavam na própria força, se vangloriava de calcar aos pés a justiça e imitava os gigantes de que falam os gregos". (Antiguidades Judaicas). Assim, aparece pela primeira vez em Gênesis/Bereshit 6 traduzido como “gigantes”, na maioria das versões bíblicas.

Foi traduzido para o grego como “grigori” e para o latim como “gigantes” como se pode verificar na Vulgata. Na tradução Almeida, "filhos de deus" se refere aos descendentes de Sete; nessa mesma tradução o hebraico nefilím é vertido por "gigantes". Os Nefilins são descritos como "os poderosos [em hebr. hag gibborím] da Antiguidade" e os "homens de fama [ou "heróis"]".

Diz a narrativa na bíblia que Deus teria decretado um dilúvio e após a ocorrência do mesmo, toda a sociedade humana foi destruída. O relato termina com o dilúvio eliminando a raça humana, restando somente 8 pessoas e, consequentemente tais Nefilins, os filhos dos “filhos de Deus” foram eliminados... Por fim, recomeça uma nova humanidade e, uma pergunta deixa de ser notada pelos tais “teólogos de plantão”: Como continuaram a “existir” tais nefilins? Outra: Calebe não afirmou que “outros genitores” destes nefilins foram expulsos (sobreviventes do dilúvio? E, portanto, uma gafe do ETERNO ao afirmar que restaram apenas a família de Noé/Nokh)?

“E Calebe expulsou dali os três filhos de Anaque: Sesai, Aimã e Talmai, filhos de Anaque” Js 15:14.

Nota de oCaminho: Certamente a raça humana - criada no Eden -  era de estatura muito maior do que a nossa, atualmente... E, por estar ainda em nosso DNA, muitos, a princípio nasciam excepcionalmente maiores do que o comum e por isto, eram assim considerados "gigantes"...

Origens do Conceito Pagão (presente na doutrina de muitos pentecostais)

Similaridades com os sumérios:

Muitos estudiosos afirmam que os Anunnaki são a própria espécie dos Nephilins como o escritor Zecharia Sitchin. De acordo com Sitchin, os Nefilim são os habitantes de Nibiru/Marduque o desconhecido 9º planeta do nosso sistema solar (hoje, desconsidera-se Plutão e ficamos com 8; e, se considerarmos Plutão, teríamos que admitir mais dois, ficando com 11 planetas. Portanto, este “teólogo” Sitchim, era muito ruim em astronomia). Os sumérios tinham grandes conhecimentos de astronomia para sua época e retrataram a passagem deste corpo celeste como mostra o cilindro VA-243.

Conceito cristão:

Os “teólogos e estudiosos da Bíblia” até hoje divergem sobre a natureza dos Nefilins e dos "Filhos de Deus", mencionados em Gn 6. Há duas interpretações neste meio:

- A primeira, incoerente com as Escrituras por ir além do “está escrito” e com o caráter do ETERNO: G. H. Pember (pentecostal) argumenta em favor da teoria que diz que os "Filhos de Deus" de Gn 6 são na verdade anjos que vieram a Terra para terem intercurso com mulheres; tiveram filhos, sendo por isso punidos e lançados no inferno, segundo a Segunda Epístola de Pedro 2:4 (é interessante notar que no original a palavra não é "inferno", e sim "tártaro": na mitologia grega, tártaro era o sub-nivel do Hades para os amaldiçoados), e seus filhos se tornaram pessoas híbridas, metade humano, metade angélico (“As Eras mais Primitivas da Terra”). Essa teoria é defendida por teólogos como John Fleming (1), S. R. Maitland (2), Caio Fábio (idéia advogada no seu livro de ficção Nephilim), Charles Ryrie, em sua Bíblia de estudo e pela maioria dos primitivos cristãos. Esteve em voga na Idade Média... É também o ponto de vista de Fílon de Alexandria e dos apócrifos de Enoque e do Testamento dos Doze Patriarcas.

- A segunda interpretação, coerente com o “está escrito” e sem as incongruências sem respostas de seus defensores: “os filhos de Deus” não eram anjos, mas sim descendentes de Sete, que ainda seguiam ao ETERNO. As "filhas dos homens" eram filhas de Caim, afastadas do Criador, e seus filhos foram heróis posteriormente, mas a Bíblia considera-os caídos, porque se afastaram do Criador. Argumenta-se que os anjos não podem procriar e que "filhos de Deus" referia-se aos seguidores de Deus. Essa teoria foi propagada por Agostinho, C. I. Scofield, Gordon Lindsay, entre outros, sendo a mais aceita.

Há outras teorias como a de pano de fundo evolucionista que diz que os "filhos de Deus" eram descendentes de Adão e as "filhas dos homens" de uma raça inferior, como, por exemplo, a Neandertal. Atualmente pesquisas científicas “comprovaram” que aproximadamente 4% de nosso DNA é de origem Neandertal. Alguns vêem ai a comprovação desta linha teórica.

Ainda outras teorias apresentam essa “mistura” de [Filhos de Deus] com os [Filhos dos Homens] como uma hipotética experiência genética que os [Anjos] teriam feito nos seres humanos da época, na tentativa de evoluir-lhos... No início da criação não haveria de ter os filhos dos caídos antes da geração noé pelo simples fato de que o dilúvio dizimou a terra, não sobrando sobre ela qualquer vida. Mais ainda há uma outra teoria de que o dilúvio não foi total, “afinal não se tem provas geológicas” de que aconteceu em todo o planeta, até porque naquela época se usava o termo "terra" para uma região, como por exemplo "Jó um homem da terra de Uz", ou outro termo bíblico "as terras indômitas", então por citar dilúvio em toda a terra não quer dizer que alagou totalmente o planeta, e sendo assim, os filhos dos anjos caídos poderiam ter perpetuado na face da terra... (!?!).

Quando os mesmos tentaram dominar o Jardim do Éden liderados pelo primeiro Nephilim, Absalom, quatro Nefilins em particular se rebelaram com seu povo e os mataram para que a balança entre os mundos fosse mantida; eram estes Guerra, Morte, Fome (Fúria no jogo) e Peste (Disputa no jogo), que fizeram um pacto com os juízes do purgatório para se tornarem os Cavaleiros do Apocalipse que serviriam como mediadores para as disputas entre anjos e demônios.

No jogo DmC:Devil May Cry, os irmãos Dante e Vergil, no decorrer da historia são classificados como Nefilins, híbridos da união de um anjo (Eva) com um demônio (Sparda). Caçados e temidos pelos seres do sub-mundo, são os únicos seres capazes de derrotar o rei Demônio (Mundus), pois possuem habilidades e inteligência que nem os demônios e nem os anjos puros poderiam ter.

No jogo Tomb Raider - The Angel of Darkness (2003), os Nefilins são apresentados como seres híbridos originados da relação entre anjos e humanos. Há 600 anos formaram uma aliança com o alquimista Pieter Van Eckhardt, a partir da qual o mesmo ganharia a imortalidade ao trazer a raça de volta à existência no século XXI.

Nota de oCaminho: Observe que a partir da crença pagã dos cristãos (união carnal entre anjos caídos e seres humanos), estes “jogos” criam suas estórias...

Caio Fábio, aborda o assunto em seu romance Nephilim. Os nefilins também aparecem na trama da série “Os Instrumentos Mortais”, onde são chamados os Caçadores de Sombras (Shadowhunters), que caçam e matam demônios e Downwolders (vampiros, lobisomens, feiticeiros etc.) que "saem da linha". Na série, os Caçadores de Sombras surgiram quando o anjo Raziel misturou seu sangue com o de humanos no Cálice Mortal, que pode transformar crianças mundanas em Caçadores de Sombras...

Em um dos livros de Tess Gerritsen, "O Clube Mefisto", a patologista Maura Isle encontra em sua porta o símbolo dos nefilins. No livro, existem varias citações referentes ao Livro de Enoque e liga os "Vigilantes" à maldade dos dias atuais. Na série de livros Hush da autora Becca Fitzpatrick , os Nefilins são descritos como imortais filhos de anjos com humanos.

Na série "Supernatural", no penúltimo capítulo da oitava temporada, há referência a um Nefilim. Na série de livros Fallen, Nefilins são filhos de anjos caídos com humanos, e que herdaram algum tipo de poder angelical.

Também no romance fantástico da escritora Luíza Salazar, Os Sete Selos, aborda novamente a questão dos anjos caídos como demônios; porém apenas lúcifer possui asas e o romance permeia toda a questão da batalha entre céu e inferno. Nesse romance, os nephilim descritos são duas filhas do anjo Gabriel e estas não são imortais; suas asas aparecem apenas em caso de perigo extremo.

Mais recentemente, o filme “Noé” de 2014, são seis anjos caídos exilados para a Terra por sua lealdade à humanidade, transformados em raça de criaturas gigantes de pedra que “Deus” deixou em nosso planeta, conhecidos como "Guardiões" ou "Vigilantes", dos quais Noé se aproxima para atraí-los em prol de sua causa...

De qualquer maneira, tais crenças (união entre anjos e seres humanos) só se sustentam em lendas pagãs que adentraram – via pentecostalismo – para o meio cristãos, derrubando a simplicidade do texto: Seguidores do Eterno X Seguidores de Caim. Quanto a “gigantes”, nada mais do que “pessoas poderosas” e “grande estatura”, o texto é claro  (Gn 6:4) ao afirmar que TODA a criação era de pessoas com grande estaturas que, devido ao pecado, “involuíram” para atual condição física (raquítica) do homem. Em Ap 22:2 lemos: ...e as folhas da árvore são para a cura das nações. CURA de quê? Se não mais haverá doenças, morte, pecado; curar de quê? Curar, (restaurar) pouco a pouco a estatura do ser humano que desde o pecado tem decaído cada vez mais! Se, na “transformação” (I Co 15:51-53) nossa estatura física fosse restaurada segundo a concepção original (Ef 4:13), não teríamos como reconhecer nossos parente (nem eles a nós) na ressurreição. Amnao!

Nota de Rodapé da ESN – Escrituras sagradas segundo o Nome, sobre Gn 6:  Aqui, os filhos de UL são os Seus seguidores, enquanto que filhos do mundo seriam os não seguidores...

Edição by CYC – Rosh Yaosh Edison