Neste artigo, o autor argumenta que Malaokhi 3:8-11
nas mãos dos defensores do dízimo, é uma enorme fraude exegética. Toma-se o
texto fora do contexto criando-se um pretexto financista..
Criar uma
nova doutrina bíblica utilizando textos fora do contexto é muito fácil. Se
tomarmos, por exemplo, Atos 16:30 e 31 isoladamente, poderemos ensinar que
basta um dos membros de uma determinada família se converter para que todos
os demais estejam salvos, afinal não é isto que Sha'ul está dizendo? “Crê
(crê tu... Sha'ul não está dizendo creiam vocês. Ou crede vós) em
Yaohushua hol'Mehushkyah, e serás salvo, tu e a tua casa”.
Que alívio
não traria esta doce mensagem ao coração amargurado de uma mãe que há mais
de 10 anos vem orando pela conversão de um filho desviado! Agora ela está
feliz pois basta que ela, somente ela, creia e aceite a Yaohushua como seu
Salvador pessoal e automaticamente todos da sua casa estarão igualmente
salvos.
Certo ou
errado? Que erros grosseiros foram praticados no exemplo acima?
a) A
doutrina de salvação não pode ser ensinada tendo por base um só versículo
bíblico. (Nenhuma doutrina pode ser consolidada desta forma).
b) Todos os
demais versos bíblicos que falam sobre o mesmo tema (salvação) devem
ter coerência entre si.
c) Deve-se
conhecer o contexto do texto antes de se criar um "pretexto".
É
exatamente isto que acontece com o famoso texto de Ml 3:8-10 - Roubará o
homem ao Criador? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos
dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, por que me
roubais, vós a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para
que haja mantimento na minha casa e depois fazei prova de mim, diz o Criador
dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre
vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.
Nota de
o Caminho: Se uma obra não está recebendo as ofertas esperadas, não
devemos exortar os membros dizendo que há satan é que está agindo! Se
uma Obra está pregando a Verdade e não tem segundas intenções
(enriquecimento, soberba, etc) ela, certamente será abençoada e contra as
bênçãos de YAOHUH UL'HIM nada pode prevalecer – Mt 16:18.
Talvez
seja este o texto mais distorcido das Escrituras. Embora quase que universalmente
aceito [inclusive pelos membros da denominação que o usa], contém muitos erros de interpretação. Vejamos:
DÍZIMO É LEI CERIMONIAL
O povo de
Yaoshor'ul era governado por vários tipos de leis:
TIPOS |
INSTRUÇÕES |
TEXTOS |
Lei Moral |
Proibido matar, roubar, adulterar |
Ex 20 |
Lei de Saúde |
Proibido comer carne com sangue |
Lv 17 |
Lei Social |
Proibido colher bagos caídos. Deixar para os
pobres |
Lv 19:9,10 |
Lei Civil |
Permitido repudiar uma esposa estrangeira |
Dt 21:10-14 |
Lei Cerimonial |
Regulamentava toda a prática do culto e da
adoração. |
Lv 16 |
Depois de
analisar cuidadosamente o quadro acima, pare, reflita e responda
sinceramente. A que lei pertencia a instrução do dízimo? À lei de saúde? À
lei social? À lei civil?
Óbvio que
não! O dízimo se enquadra unicamente na lei cerimonial. A lei que caducou na
cruz. A lei que não tem mais nenhuma validade para todos nós que vivemos sob
o novo concerto, pois mandamentos cerimoniais são para os judaicos do velho
testamento.
Tome cada
passagem bíblica sobre dízimo e observe que os contextos sempre contêm
instruções cerimoniais. Agregados aos dízimos lá estão as ofertas alçadas,
os bodes, os sacerdotes, os levitas, o templo, etc.
Mas,
alguém poderia argumentar que o termo “roubará o homem ao Criador?” faz
Malaokhi 3:8-10 se enquadrar no oitavo mandamento da lei moral, “não
furtarás” ou por analogia, ainda valendo para os nossos dias...
Entretanto, cada vez que um judaico quebrava algum mandamento cerimonial
também pecava contra a lei moral. A ligação é intrínseca. Veja alguns
exemplos:
a) Se um
sacerdote raspasse os cantos da barba ou fizesse incisões no corpo estaria
pecando contra a lei cerimonial pois eles deveriam ser santos ao CRIADOR e
não profanar o Seu Nome (Lv 21:5). Estaria também
automaticamente pecando contra a lei moral, terceiro mandamento, “não
tomarás o Nome do CRIADOR, o teu Criador em vão” (Ex 20:7).
b) Se a
filha de um sacerdote se casasse com um estrangeiro e comesse das ofertas
das coisas sagradas estaria pecando contra a lei cerimonial (Lv
22:12 em ligação com Ml 2:11) e ao mesmo tempo pecando também
contra o quinto mandamento da lei moral, “honra a teu pai e a tua mãe
para que se prolonguem os teus dias na terra que o CRIADOR, o teu Criador te dá”
(Ex 20:12). Não era esta desobediência um vexame e uma desonra para
um pai sacerdote, líder religioso dos judaicos?
c) Se um
judaico, ao invés de sacrificar animais ao CRIADOR erigisse um altar a Baal
[SENHOR],
estaria pecando contra a lei cerimonial e a lei moral. Os animais da lei
cerimonial sacrificados a um ídolo implicaria também em pecado contra
o primeiro mandamento da lei moral que diz “Não terás ídolos
diante de Mim”. (Ex 20:3 – como fazem os seguidores da trindade).
d) Se um
yaoshorul'ita furtasse alguma coisa de alguém que já tivesse morrido e não
encontrasse um parente próximo para pagar uma compensação estaria sob o
rigor da lei cerimonial. Deveria fazer plena restituição com acréscimo de
vinte por cento diretamente ao sacerdote trazendo um carneiro para fazer
expiação deste pecado. (Nm 5:6-8). Um procedimento cerimonial
para um pecado contra o oitavo mandamento da lei moral: “Não furtarás”.
(Ex 20:15)
e) Quando
um judaico cometia um homicídio culposo pecava contra o sexto mandamento da
lei moral que diz “não matarás”. Mas tinha que cumprir um ritual do
código civil fugindo para alguma cidade de refúgio onde o vingador do sangue
não o poderia atacar. Vários tipos de leis interligadas.
f) Quando
uma mulher casada adulterava ou estava sob suspeita de adultério (pecado
contra a lei moral) o marido a trazia ao sacerdote para um longo ritual
(lei cerimonial). Oferta de farinha de cevada, oferta de cereais, de
ciúmes, água santa num vaso de barro misturada com pó do chão do
tabernáculo, etc. A mulher então soltava o cabelo, punha a mão sobre a farinha e
bebia a água amarga fazendo juramentos perante o CRIADOR. (Lv 5:11 a 31
– principalmente o verso 29). Novamente a lei moral e a lei cerimonial
andando juntas até a cruz.
Nota de
o Caminho: Todo e qualquer pecado, por consequência, acaba ferindo um ou
mais dos mandamentos discriminados nas Dez Palavras...
Quando
Yaohushua morreu no calvário o véu do Templo se rasgou de cima em baixo. Neste
instante a lei cerimonial foi cravada na cruz. Caducava o velho concerto.
Daquele momento em diante todos os crentes passariam a viver sob a Aliança,
agora renovada em hol'Mehushkyah.
Nota de
o Caminho: No entanto, os judaicos, não aceitando Yaohushua como sendo o
cumprimento das profecias messiânicas, continuaram a sacrificar até verem o
seu templo sendo destruído pelos romanos no ano 70 d.Y. - Gl 5:4. E, ainda
hoje, existem grupos de messiânicos que julgam ser necessário reconstruir o
templo, voltar a sacrificar, para que o Messias retorne (ou venha pela
primeira vez, como pensam os judaicos ortodoxos).
Dízimo é lei cerimonial, tema do velho concerto. Você
conhece algum texto bíblico que instrua o povo do CRIADOR a pagar dízimos após a ressurreição de Cristo?
Nota de
o Caminho: Usar Mateus 23:23 é mais uma vez usar um texto fora do
contexto pois quando Yaohushua disse estas palavras, o sacerdócio levita
ainda estava vigente...
Tome sua Bíblia e leia atentamente os três primeiros
capítulos de Malaokhi/Malaokhi e veja
que o contexto inteiro está fundamentado na lei cerimonial; além de que é
uma reprimenda aos SACERDOTES, não ao povo!!!.
CAPÍTULO 1 VERSO
7: Pães imundos sobre o altar.
CAPÍTULO 1 VERSO
8: Animais cegos, coxos e doentes sobre o altar.
CAPÍTULO 1 VERSO
10: Fogo debalde no altar do CRIADOR.
CAPITULO 1 VERSO
11: Incenso e oblação pura.
CAPÍTULO 1 VERSO
12: Mesa impura e comida desprezível.
CAPÍTULO 2 VERSO
3: Esterco do sacrifício.
CAPÍTULO 2
VERSOS 4 e 8: Aliança com Levi.
CAPÍTULO 2 VERSO
13: Altar do CRIADOR com lágrimas e choro.
CAPÍTULO 3 VERSO
4: Ofertas de Judá como nos dias antigos.
CAPÍTULO 3 VERSO
8: Dízimos e ofertas alçadas.
CAPÍTULO 3 VERSO
14: Andar em luto.
Nota de o Caminho: Além de que o assunto ali é que os SACERDOTES
LEVITAS não estavam cumprindo suas funções sacerdotais no Templo e estavam
obtendo um enriquecimento ilícito – como muitos hoje o fazem, através dos
dízimos recolhidos... Veja em Atos 4:36-37 um levita nestas condições (e se
arrependendo).
Como
podemos agora tomar o texto de Malaokhi, extrair a porção contida nos
versos 8-10 do capítulo 3 e fazer uma aplicação de roubo de dinheiro para os
cristãos de nossa época? Os ladrões do livro de Malaokhi são outros e eles
não estão roubando dinheiro!
MALAQUIAS 3:8-10 NÃO É PARA VOCÊ!
O leitor
atento notará que Ml 3:8-10 pertence a um grande texto com início no
capítulo 2 verso 1 estendendo-se até o verso 18 do capítulo 3. (Faz-se
necessário ler todo o texto para se captar o contexto).
Atente
para o primeiro verso do capítulo 2. Para quem é a dura mensagem? Para os
sacerdotes, é claro! “Agora, ó sacerdotes, este mandamento é para vós”.
A mensagem é para os sacerdotes e não para nós. Eles é que estavam roubando
ao Criador; e ainda eram bem hipócritas. Veja as ligações do contexto:
a) Em que nos
amaste? (1:1)
b) Em que
desprezamos? (1:6)
c) Em que te
havemos profanado? (1:7)
d) Em que o
enfadamos? (2:17)
e) Em que
havemos de tornar? (3:7)
f) Em que te
roubamos? (3:8)
Mesmo o
trecho “vós a nação toda” (Ml 3:9) é dirigida a eles. É uma
hipérbole, uma figura de linguagem que Malaokhi usou querendo dizer: “Tá
todo mundo roubando” (inclusive o povo que comodamente “faziam” a sua
parte e se acomodavam não fazendo cobranças à seus líderes espirituais, pela
ausência de bênçãos).
Nota de o Caminho: assim agem os membros das
diversas denominações que dizimam; sabem do erro e da má aplicação do dízimo
- ou seja, o enriquecimento ilícito dos "pastores" - e mesmo assim se
acomodam dizendo: Eu faço a minha parte e eles serão cobrados pelo
Eterno! Pergunto: Você com esta atitude não estará impedindo que
muitas pessoas necessitadas sejam beneficiadas com o seu "dízimo"? E você
não estará sendo responsável pelas milhares de pessoas, indignadas, saiam de
suas igrejas? Pense nisto e levante a sua voz!!!
Portanto,
mesmo que toda a nação estivesse roubando ao Criador, a responsabilidade ainda
era dos sacerdotes conforme declarado no verso 8 do capítulo 2: “Mas vós
vos desviastes do Caminho, a muitos fizestes tropeçar na Lei”.
A Bíblia
contém mensagens específicas para determinadas pessoas. Não podemos tomá-las
e sair por aí aplicando-as às nossas vidas (ou colocando “carapuças” em
outros).
Imaginemos
um cristão sincero chegando em casa aflito depois de um sermão. Então
veementemente conclama a esposa e aos filhos para arrumarem as malas pois
terão que mudar daquela casa, daquele bairro, daquela cidade já! Para onde
irão [para as montanhas, como ensinam "alguns"?]? Para onde o Criador mostrar! Por quê? Ordem bíblica: “Sai da tua
terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que Eu te
mostrarei” (Gn 12:1). Isto não seria uma loucura? É bom que fique
bem claro que esta ordem foi dada pelo CRIADOR especificamente ao patriarca
Abrul'han. Ele deveria se mudar de casa, de cidade, de país. Ele, e não nós!!!
Nota de
oCaminho – Para nós temos um outro conselho: Sai dela (de
Babilônia – igrejas que pregam o erro) Povo Meu – Ap 18:4. Este é o
conselho a ser seguido; caso não... para que não sejas participante dos
sete pecados, e para que não incorras nas suas pragas.
Se
aplicarmos o mesmo raciocínio para a ordem que o Criador deu a Mehushua logo
veremos alguns cristãos loucos conversando com pedras pois o Criador lhe disse: “Fala
à Rocha” (Nm 20:8 - se bem que já vi "alguns" com pedacinhos de pau,
ordenando a diversos bens materiais). É para nós este mandamento? Devemos sair por aí
dialogando com os rochedos? Ou deveria alguém começar a construir uma arca
só porque a Bíblia ordenou a Nokh “Faze para ti uma arca de madeira”
(Gn 6:14)?
Quando
o Criador fala com Abrul'han é com Abrul'han. Quando Ele fala com Mehushua é com
Mehushua.
Com Nokh, Nokh. Com sacerdotes, sacerdotes! É claro que a Bíblia está repleta
de grandes conselhos que podemos e devemos tomar para nós, mas precisamos
submetê-los aos princípios hermenêuticos adequados.
Dizer que
Ml 3:8-10 é uma mensagem para os cristãos do século XXI é uma fraude
exegética. O CRIADOR estava dizendo que os judaicos do velho concerto eram
ladrões! Mas afinal, o que eles estavam roubando?
OS DÍZIMOS DE MALAQUIAS SÃO ALIMENTOS
O dízimo
citado em Ml 3:8-10 não é dinheiro. É alimento. Em coerência com
todos os demais textos bíblicos sobre o assunto, dízimo aqui é MANTIMENTO
(que os sacerdotes estavam convertendo em bens)!
O povo
trazia animais perfeitos para a casa do tesouro e, provavelmente os
sacerdotes corruptos estivessem roubando os animais sãos e oferecendo em seu
lugar animais defeituosos. Malaokhi afirma categoricamente que os animais
eram roubados! (Mal. 1:8 e 13).
Como o
dízimo tinha três utilidades básicas: ser consumido pelo próprio dizimista
perante o CRIADOR (Dt 14:23 – sustentar o clero (Nm 18:24)
e socorrer os necessitados (Dt 14:28,29 – aqui se enquadrava os
pobres que também se alimentavam do templo: Será que os nossos “sacerdotes”
estão alimentando os necessitados?), todos saíam perdendo. Os sacerdotes
estavam roubando a adoração ao CRIADOR. Impediam ao povo cultuar ao CRIADOR
conforme as instruções contidas na Lei dada a Mehushua. E, eles estavam roubando a
Glória do CRIADOR (Shekhinah - Ml 2:7-9).
O ritual
dos dízimos estava diretamente ligado à liturgia, aos procedimentos de culto
e à adoração. No momento em que os sacerdotes desqualificaram o culto, eles
e a nação toda mergulharam no obscurantismo religioso. Sem luz os outros
pecados eram uma questão de tempo. Desonestidade (2:10); hipocrisia (2:13);
adultério (2:14,15 e 16); roubo (1:13).
Advertências ao clero aparecem em outros trechos das
Escrituras. Em Ez
34:1-10 lemos: “Filho do homem, profetiza contra os apascentadores de
Yaoshor'ul...
Ai dos apascentadores de Yaoshor'ul que se apascentam a si mesmos. Não apascentarão os
pastores as ovelhas? Comeis a gordura e vestis-vos de lã. Degolais o
cevado, mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente
não curastes... a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não
buscastes, mas dominais sobre elas com rigor e dureza... As minhas ovelhas
andam desgarradas por todos os montes... Portanto, ó apascentadores, ouvi a
palavra do CRIADOR...”.
Nota de o Caminho – a
promessa aqui é que no Juízo (possivelmente durante o Armagedom) é que
literalmente estes líderes serão degolados!!!
Precisamos
compreender que clero corrupto sempre existiu! As mais duras mensagens das
Escrituras são para eles e não para nós. Até o texto de Ap 3:14-22 é mal
interpretado. O endereçamento da advertência é claro: “Ao anjo da igreja
de Laodicéia”. Ao anjo da igreja: os administradores da igreja de
Laodicéia!
Tome uma
Bíblia na Linguagem de Hoje e confira.
A
Bíblia Viva traz: “Ao líder da igreja de Laodicéia”.
Portanto, especialmente os líderes religiosos correm o risco de serem
vomitados da boca do CRIADOR. Eles são os principais "mornos". Os membros
que os seguem por conveniência podem ser incluídos. São eles os grandes
“nem quentes e nem frios”. Os “coitados, miseráveis, pobres, cegos e
nus”. Precisam urgentemente comprar ouro puro, vestes brancas e colírio.
Mas, infelizmente suas atitudes são do tipo “rico somos e estamos
enriquecidos, e de nada temos falta”! E, por pura conveniência, atribuem a
mensagem aos "membros da oholyáo, que sã o FRIOS e não não trazem ofertas
para as causas especiais ...
Roubará o
homem ao Criador? Dinheiro não! Ninguém está roubando o dinheiro do CRIADOR quando
se abstém de dar para a igreja dez por cento de seus salários. Os que adoram
ao Criador hoje o fazem em espírito e em verdade. Quem deixa de entregar à
igreja dez por cento de sua renda não está cometendo nenhum furto. Não
existe esta possibilidade! O texto de Ml 3:8-10 foi completamente
distorcido para se chegar a uma teologia tão esdrúxula, quanto à teologia da
prosperidade.
A casa do
tesouro estava sem mantimento porque era administrada por sacerdotes
desonestos. A casa do tesouro, um enorme compartimento do Templo destinado à
armazenagem da comida santa, passava por problemas administrativos.
Malaokhi então se levanta e envia uma dura mensagem ao clero judaico.
Roubar ao Criador é deixar os órfãos, as viúvas e os pobres sem comida. Malaokhi coloca
estes criminosos no mesmo patamar dos feiticeiros e adúlteros. (Ml 3:5).
Os dízimos do CRIADOR estavam sendo desviados das bocas destes excluídos para
as “contas bancárias” dos sacerdotes corruptos. Por isso a ordem:
“Trazei todos os dízimos”. Uma boa parte não estava
chegando ao Templo e o CRIADOR dos Exércitos enviaria as maldições.
A IGREJA NÃO É A CASA DO TESOURO
Os
defensores da doutrina do dízimo interpretam muito mal o texto de Ml
3:10 afirmando que Casa do Tesouro corresponde à Igreja (Associação ou
Congregação) e que os dízimos são dez por cento de nossas rendas. A
contextualização é feita da seguinte forma:
DÍZIMO = DEZ POR CENTO DOS SALÁRIOS.
CASA DO TESOURO = IGREJA (ASSOCIAÇÃO)
MINHA CASA = IGREJA (ORGANIZAÇÃO)
MANTIMENTO = COMIDA (DINHEIRO)
Mas, não
se pode tomar um versículo bíblico e aplicar técnicas de contextualização
em apenas parte dele. Se DÍZIMO, CASA DO TESOURO e MINHA CASA foram
contextualizados logo MANTIMENTO também precisa sofrer a mesma
regra..
Ou
deixamos o texto inteiro na sua forma literal ou contextualizamos tudo. É
por isso que MANTIMENTO em Ml 3:10 contextualizado
significará A PALAVRA DO CRIADOR, o pão espiritual, e nunca o pão
literal, o sustento do clero, o arroz e o feijão que os "pastores" compram
[se é que compram; a grande maioria nem sabem o preço de um simples
pãozinho, sempre tem um MEMBRO afoito em lhes dar de tudo] no
supermercado!
Vejamos um
outro exemplo:
“O
CRIADOR é o meu Apascentador, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos.
Guia-me mansamente às águas tranquilas” - Sl 23:1,2.
Contextualização:
APASCENTADOR = Líder espiritual [rosh]. Aquele que nos conduz com segurança pelos
Caminhos da vida.
DEITAR = Descansar pela fé. Depor nossos fardos.
VERDES PASTOS = A Palavra do CRIADOR. A alimentação providenciada pelo
rosh.
ÁGUAS TRANQUILAS = A água viva que acaba com a
sede do espírito. (Jo
4:13,14)
Imaginemos
agora alguém dizer que Yaohushua é o nosso líder espiritual (APASCENTADOR),
aquele que nos faz descansar pela fé (DEITAR) e nos alimenta com a
Palavra (VERDES PASTOS). É ele também o Criador maravilhoso que nos
concede um litro de água mineral bem gelada para mitigar a nossa sede.
Que
contextualização descabida é esta que se aplica apenas à uma parte do verso?
A expressão “águas tranquilas” não pode ter aplicação literal
isolada. Não é H2O.
Desta
forma, Ml 3:10 contextualizado na versão das Escrituras na Linguagem
do Dinheiro ficaria assim: “Trazei DEZ POR CENTO DE VOSSOS
SALÁRIOS à ASSOCIAÇÃO para que haja A PALAVRA DO CRIADOR na
IGREJA.
Ora, a Palavra do CRIADOR pode ser comprada? Se sim, em que termos? Por hora, por dia,
por capítulo ou versículo? A vista ou a prazo? Com cheque, dinheiro ou
cartão de crédito? E as igrejas que não têm dinheiro? Ficarão sem a
Palavra do CRIADOR? E aqueles que têm muito dinheiro? Poderão adquirir mais
“Palavra do CRIADOR” que os seus irmãos mais pobres? A quem será paga
esta Palavra? Bancando o salário do clero estaremos automaticamente
pagando a “Palavra do CRIADOR”? E as igrejas sem apascentadores como
estarão?
Ficarão sem a Palavra?
“EU, O CRIADOR, NÃO MUDO” (Ml 3:6)
Os homens
tentaram modificar a palavra do CRIADOR, mas note que inserido no próprio texto
do profeta Malaokhi, antes das instruções dizimistas dos versos 8 a 10 do
capítulo 3, o Criador declara que Ele não muda. Uma importante advertência aos
que pretendem modificar o sentido da mensagem adaptando-a a interesses
financeiros.
O Criador não
muda porque os dízimos em Malaokhi continuam tendo ligação com à
agricultura, com os frutos da vide, com o mantimento.
Mas, para
os obedientes, a benção. Benção detalhada no verso 11 do capítulo 3. Observe
bem a descrição bíblica. A benção é prometida àqueles que trouxessem os
dízimos à Casa do Tesouro (e a quem deixasse de roubá-los). Toda a bênção é
de consequência agrícola; já que os dízimos eram produtos provenientes da
agricultura.
“Repreenderei
o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra. A vossa vide no
campo não será estéril, diz o CRIADOR dos Exércitos”.
O que
fazem os dizimistas? Tomam a última parte do verso 10 que antecede o texto
acima e mudam o sentido da benção. “E depois fazei prova de mim, diz o
CRIADOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar
uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança”.
Ora, abrir
as janelas dos céus é oferecer boas condições climáticas, chuvas, para que a
colheita fosse farta. Era um assunto especificamente destinado aos
dizimistas agricultores. Pessoas ligadas à terra! Os outros profissionais
judaicos, pescadores, carpinteiros, padeiros, guardas, nada tinham a ver com
esta briga, se bem que TODOS eram dependentes da agricultura - muitos
serviços eram pagos com produtos agrícolas!!!
Como então
dizer que o devorador aqui é o diabo? Que o fruto da terra são nossos
empregos? Que a abastança é dinheiro, prosperidade (mesmo que a nossa
realidade hoje, seja outra; isto seria contextualizar apenas parte da
citação)?
É triste a
situação daqueles que sempre dão dez por cento de seus salários para a
igreja e ficam aguardando indefinidamente pela benção da abastança. Quando
ela não vem eles - os "pastores" - reinterpretam o texto dizendo que a abastança citada por
Malaokhi é saúde, paz, amor e esperança e... prosperidade, é claro!!!
Uma cadeia
de equívocos interpretativos pois quando lemos estes quatro versos com a
devida atenção fica claro que o contexto é de bênçãos materiais e não
espirituais. Abastança! Colheita farta! Frutos na vide! Sem devorador! Sem
gafanhotos destruindo as lavouras. O tema é benção material e não saúde,
paz, amor e esperança!
O Criador não
muda e uma desilusão hermenêutica poderá levar a outros erros em série. O
fim será uma forte decepção com a religião e com Criador que nenhuma culpa tem
neste processo. Mudaram o texto. Distorceram as palavras de Malaokhi! Mas o
nosso Criador continua sempre o mesmo!
Nota de
oCaminho: Os dizimistas de hoje, serão os apostatados de amanhã... Veja
a alta rotatividade de membros nestas “igrejas” que exigem dízimos a troco
de bênçãos (principalmente bênçãos materiais); sem bem que isto seja ótimo
para eles (os "pastores" - pra que serve um membro cuja carteira já tenha
sido devidamente limpa?)!
ADVERTÊNCIA FINAL
Já que os
tais líderes religiosos querem tomar para si a aplicação do texto de
Malaokhi, sugerimos que absorvam primeiramente a grande mensagem contida no
capítulo 2 verso 7: “Pois os lábios do sacerdote devem guardar o
conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele
é o mensageiro do CRIADOR dos Exércitos”.
O clero
tem a responsabilidade de guardar e de manter o conhecimento. "Pastores" e
líderes devem passar para o povo a instrução correta pois são [deveriam ser] os
depositários da Verdade. Precisam parar de ensinar heresias, distorcendo
textos aqui e acolá. Os "sacerdotes" modernos precisam assumir o papel de
mensageiros do CRIADOR dos Exércitos. Não podem enganar os filhos do CRIADOR.
Onde está a coragem sacerdotal para dizer à igreja toda a verdade do livro
de Malaokhi? “Mas vós desviastes do Caminho e a muitos fizestes
tropeçar...” Ml 2:8.
Quanto a
nós cristãos, membros comuns da igreja, não somos ladrões!!! Não estamos
furtando ao Criador! Estamos livres em Yaohushua hol'Mehushkyah, vivendo
felizes sob o Concerto renovado na cruz. A graça de Yaohushua já nos libertou destes dogmas. Altar de incenso,
circuncisão, dízimos são temas do Concerto vigente antes da cruz. Nós vivemos numa outra
época. “Cada um contribua segundo o seu coração. Não com tristeza ou por
necessidade, pois o Criador ama o que dá com alegria” (II Co 9:7).
Nota de
oCaminho: Se alguém propõe em seu coração de separar 10% de seus
rendimentos para ofertar à sua congregação, que o faça por amor... Porém, muitos ofertantes, acabam por ofertar bem mais do que os tais 10%.
A
superstição criada pela doutrina do dízimo não condiz com a mensagem de
liberdade da Aliança renovada em Yaohushua. A crença de que seremos amaldiçoados se não
dermos dez por cento de nossos salários à "igreja" é um engodo e tanto.
Superstição! Simplesmente superstição (e disto, “os pastores” se aproveitam
para o seu benefício próprio)... Não importa qual seja o ritual.
Algumas
pessoas usam ferraduras atrás da porta, outros andam com folhas de arruda
sobre a orelha ou de louro na carteira e os cristãos dão dízimos de seus
salários para afastar as maldições de Malaokhi.
A
superstição é uma ferramenta perfeita nas mãos destes líderes religiosos.
Sempre foi assim. Na idade média as pessoas acreditavam que comprando
indulgências "escapariam do purgatório, indo diretamente para o céu" – até
matavam para isto (as tais de guerras santas – as cruzadas). Quanto dinheiro
o clero medieval não amealhou durante séculos explorando a crendice
supersticiosa de milhões de sinceros!
Hoje
líderes religiosos árabes enganam jovens humildes com a “Doutrina da Guerra
Santa”. Eles criaram a superstição que garante o "CÉU" aos muçulmanos que
morrerem em combate. Ser um homem bomba suicida é lucro. É passaporte
garantido para o "paraíso" eterno.
Nota de oCaminho: a própria doutrina de uma
vida no céu [leia Sl 115:16], advinda do paganismo, foi criada com este
objetivo: recompensa pelas "boas obras" (tudo na "conta" do
Messias)!!!
Também foi
uma tola superstição como esta que fez aquele pobre paralítico “mofar” 38
anos às margens do tanque de Betesda. Ele e os demais acreditavam que um
anjo de vez em quando aparecia por ali e mexia a água. O primeiro doente –
que não estivesse tão doente - a pular dentro do tanque ficava curado (que
"deus" é este que premia somente os mais aptos, espertos?).
Superstições! Superstições!
Hoje,
cristãos sinceros deixam de comprar gêneros de primeira necessidade para
pagar dízimos às suas "igrejas". Põe dez por cento de seus salários num
envelope, lançam-no na salva de ofertas e saem aliviados. “Agora o
Criador vai
me abençoar. Já cumpri minha parte [pagando, não doando]; se os "pastores" não fizerem bom uso, o
problema é deles com Criador”. A superstição é tão forte que alguns chegam
a pagar dízimos com cheques pré-datados (e algumas igrejas aceitam até
cartão de crédito) afim de se livrarem da maldição de Malaokhi.
Nota de
oCaminho – Seria lícito aceitar um dízimo “bem gordo” advindo de
pessoas envolvidas em tráficos? Pergunte se o "pastor" deseja saber a origem
do seu "salário"? Em tempo, você sabe a origem da palavra PASTOR? Pax = voz;
stur = satir ou satã; portanto: voz de satã! Nada mais correto, uma vez que
eles só ensinam falsas doutrinas; principalmente a trindade!
A
SUPERSTIÇÃO é a contramão da GRAÇA. A superstição manda cumprir exigências a
fim de se livrar das consequências. A graça já nos fez consequências. Somos
a consequência do amor do CRIADOR. Ele tomou a iniciativa e cravou a
Lei
Cerimonial na cruz, declarando que somos livres!
Aconteceu
com os discípulos e acontecerá com você. Você consegue imaginar Káfos, Yaohu'caf e Yaohu'khánam pagando dízimos ao
Templo, a instituição corrompida que matou Yaohushua? E, se não mais
pagaram, receberam as maldições de malaokhi?
Eles eram
homem livres. Os rebentos do novo concerto. Tinham um ministério de
auto-sustentação descompromissado com o sistema judaico. O único discípulo
de Yaohushua a ganhar dinheiro da “Obra” (do Templo) foi Yaohu'dáh, o Ish'kerioth. Os sacerdotes pagaram-lhe trinta moedas pela traição fatal.
Coincidência ou não, era ele também um grande ladrão!
Roubará o
homem ao CRIADOR hoje? Não nos dízimos! Com certeza, não!
Paulo Gomes do Nascimento,
Formado em Teologia pelo IAE-SP.
Edição de oCaminho
|